Juro do cheque especial volta a subir

Depois de um ano em queda, a taxa de juros do cheque especial apresentou uma ligeira elevação em maio. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, essa taxa subiu 0,3 ponto percentual no mês passado e atingiu 140,5% ao ano.

O cheque especial é uma das modalidades de crédito mais utilizadas pelos consumidores por ser pré-aprovada pela instituição financeira. Como é também um crédito mais caro, os consumidores têm migrado para outras modalidades de crédito nos últimos meses.

O estoque das operações de cheque especial caiu 0,5% e atingiu R$ 10,341 bilhões em maio, enquanto as operações de crédito pessoal tiveram aumento de 3,9% no estoque, somando R$ 35,814 bilhões.

De forma geral os juros bancários médios cobrados das pessoas físicas caíram de 63,3% para 62,4% ao ano.

As taxas das operações de crédito pessoal apresentaram redução de 2,6 pontos percentuais em maio e ficaram em 72,7% ao ano. Os empréstimos para aquisição de bens ficaram com as taxas estáveis, em 38,5% ao ano.

Com relação às operações para pessoas jurídicas, a conta garantida, que funciona como um cheque especial das empresas, registrou queda de 0,2 ponto percentual na taxa média de juros, que ficou em 67,7% ao ano.

Volume de crédito

O volume das operações de crédito do sistema financeiro subiu 2,3% em maio e atingiu R$ 436,144 bilhões, contra um estoque de R$ 426,281 bilhões em abril. De acordo com informações do BC, esse desempenho é compatível com o maior dinamismo da atividade econômica e foi sustentado pelo aumento da carteira de crédito com recursos livres, com destaque para as operações de crédito pessoal e os financiamentos referenciados em moeda estrangeira.

As operações de crédito com recursos livres são aquelas que os bancos destinam livremente os recursos, sem incluir operações de crédito habitacional e rural, por exemplo, que são empréstimos obrigatórios.

O saldo das operações de crédito com esses recursos livres alcançou R$ 248,4 bilhões, um aumento de 3,6% em maio. A carteira de crédito para pessoas jurídicas atingiu saldo de R$ 150 bilhões, um aumento de 4,3% no mês, enquanto a carteira para pessoas físicas atingiu saldo de R$ 98,3 bilhões, um aumento de 2,5%.

Queda ajudou na redução

A queda da taxa média de juros bancários, ocorrida em maio, de 44,7% para 44,2% ao ano, foi resultado, principalmente, da redução nos níveis de inadimplência. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que essa queda na inadimplência tem ocorrido de forma consistente.

Segundo ele, a taxa de inadimplência da pessoa jurídica atingiu 3,5% em maio, o que representa a menor taxa desde o início da série em junho de 2000. O nível de inadimplência das pessoas físicas atingiu 13% das operações em maio, o que representa uma queda de 0,4 ponto percentual em relação a abril.

De acordo com Lopes, com um menor nível de inadimplência, ocorre uma queda no risco das operações e, por isso, o “spread” bancário (ganho bruto dos bancos com a concessão de crédito) acaba sofrendo um corte também, resultando em menores taxas de juros para os clientes.

Na avaliação do BC, a queda na taxa acaba se refletindo em um aumento do volume de crédito. Segundo ele, recentemente, tem ocorrido um aumento do crédito com desconto direto em folha de pagamento. A taxa média para essas operações está em 39% ao ano, enquanto a de crédito pessoal é de 72,7% ao ano.

“Na medida em que essa modalidade de crédito vai se popularizando, tem contribuído bastante para a redução na taxa”, disse Lopes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo