Brasília
– A taxa de juros média do cheque especial manteve-se praticamente estável em julho. De acordo com dados divulgados ontem pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), a taxa do cheque especial ficou em 158,7% ao ano. Em junho, essa taxa estava em 158,8% ao ano. De acordo com análise do Depec, ela se manteve estável em decorrência da manutenção do custo de captação a curto prazo das instituições financeiras e pela redução da inadimplência.A taxa de inadimplência nas operações de crédito com recursos livres, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, caiu de 8,5% para 8%, menor valor apurado pelo BC desde novembro do ano passado. “A utilização de recursos oriundos do FGTS e da restituição do Imposto de Renda, aliada a políticas de crédito mais seletivas, foram os principais responsáveis pela retração da taxa”, alegam técnicos do Depec. Houve um pequeno aumento nas taxas cobradas nas operações de crédito pessoal, aquelas operações de empréstimo a pessoas físicas sem vinculação específica de aquisição de um bem ou serviço.
A taxa dessas operações subiu de 80,2% ao ano – apurado em junho – para 82,2% ao ano, no mês passado. O maior crescimento, entretanto, foi verificado nas taxas cobradas nas operações de financiamento para compra de veículos. Em junho, a taxa média anual de financiamentos dessa natureza era de 42,7%. No mês passado, essa taxa subiu para 50,4% ao ano. Na média geral, a taxa de juros cobrada das pessoas físicas em operações de crédito em julho atingiu 74,9% ao ano, um crescimento de 4,5 pontos percentuais em relação à media apurada em junho.
Pelo lado das empresas, a taxa média cobrada nas operações de crédito no mês passado atingiu o nível de 43% ao ano, um pequeno crescimento em relação à taxa média de 42,3% que estava sendo praticada em junho. O maior crescimento verificado nas taxas cobradas nas operações de crédito para pessoas jurídicas em julho foi na aquisição de bens.
A taxa média dessas operações subiu de 33,4% ao ano para 36,1% ao ano. No caso dos descontos de duplicatas, a taxa média dessas operações subiu 1,1 ponto percentual, passando de 48% ao ano para 49,1%. A maior queda ocorreu nas operações de hot money, que caíram de 48,2% ao ano para 45,7% ao ano. No hot money, o prazo máximo de empréstimo é de 29 dias, ou seja, é um empréstimo de curto prazo. De acordo com os técnicos do Depec, essa queda está diretamente relacionada ao baixo volume de operações do gênero.