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Altamir Lopes, do Banco Central: taxas
em linha com a política monetária.

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A taxa média de juros do cheque especial chegou a 146,4% ao ano em fevereiro, a mais alta desde novembro de 2003 (146,5%). Em janeiro, a taxa era de 144,6%. Essa é a modalidade de crédito que tem o maior custo, ou seja, a taxa de juros mais elevada, segundo dados divulgados pelo Banco Central. No início do ano, a demanda por crédito de curto prazo, como cheque especial, costuma ser maior. Isso porque as famílias precisam quitar uma série de compromissos, como IPTU e IPVA. Além disso, as elevações na taxa básica de juros da economia, a Selic, têm contribuído para o aumento do custo do dinheiro – taxas cobradas nas operações de crédito.

?As taxas estão em linha com a política monetária?, diz Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC. Desde setembro, o BC já elevou a Selic, que hoje está em 19,25% ao ano, por sete vezes consecutivas.

A taxa de juros cobrada nas operações de crédito pessoal subiu 0,8 ponto percentual de janeiro para fevereiro, e chegou a 75,3% ao ano. Esse aumento só não foi maior porque os juros cobrados nas operações de crédito consignado – desconto em folha – ficaram praticamente estáveis no mês passado, em 39,4% ao ano, ante 39,3% ao ano em janeiro.

A taxa para as pessoas físicas – média de todas as modalidades – ficou em 64% ao ano, contra 63,4% no mês anterior. ?Hoje você tem a possibilidade de migrar para modalidades de custo mais baixo, como (sair) do cheque especial (e ir) para o crédito consignado?, disse Altamir.

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No caso das empresas, a taxa média cobrada pelos bancos aumentou 0,2 ponto percentual de janeiro para fevereiro, chegando a 32,4% ao ano.

A taxa média geral, que inclui as operações de pessoas físicas e jurídicas feitas por meio de recursos livres, ficou em 47,5% ao ano em fevereiro, também a maior taxa desde novembro de 2003 (48%).

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O ?spread? bancário – diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes – ficou em 28,8 pontos percentuais em fevereiro, considerando empresas e pessoas físicas. Era de 28,5 pontos em janeiro.

Inadimplência

A inadimplência ficou estável em fevereiro, em 7,3%. A estabilidade foi verificada tanto na inadimplência para pessoas físicas, que ficou em 12,4%, como para pessoas jurídicas, que permaneceu em 3,6%.

As operações de crédito -somando os recursos livres e direcionados, como financiamento habitacional – chegaram a R$ 498,3 bilhões em fevereiro, um crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior.

O valor representa 26,7% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país), ante 26,5% em janeiro e 25,3% em fevereiro de 2004.

Esse é o maior volume em relação a PIB desde maio de 2002 (26,8%).

?O crédito vem crescendo em linha com o crescimento da economia?, diz Altamir.

 Brasil emitiu menos em fevereiro

O Brasil emitiu menos dinheiro em fevereiro do que em janeiro deste ano. Em fevereiro, a média dos saldos diários da base monetária (emissão primária de moeda) foi de R$ 82,911 bilhões, com queda de 3,6%, em comparação com a média de RS$ 85,984 bilhões do mês anterior. Com isso, as emissões de papel-moeda foram 3,7% menores e as reservas bancárias também caíram 3,3%.

Apesar disso, a expansão do dinheiro em circulação nos últimos 12 meses chegou a 20,6%. O volume de papel-moeda em circulação atingiu R$ 54,394 bilhões e as reservas bancárias somaram R$ 24,722 bilhões, de acordo com o relatório mensal de fevereiro sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado ontem pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

O documento mostra que as operações no setor externo aumentaram R$ 9,6 bilhões, como resultado das compras líquidas de dólares pelo BC, no mercado interbancário de câmbio. Mas, em contrapartida, o movimento da conta única do Tesouro Nacional recuou R$ 6,8 bilhões, em decorrência das vendas de R$ 7,1 bilhões em títulos públicos federais.