Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Meirelles, presidente do BC. |
Brasília – O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, na reunião de ontem, manter a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 6,50% ao ano para o segundo trimestre de 2007. De acordo com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a situação de estabilidade da economia brasileira justifica essa decisão. ?Em uma economia com um quadro de estabilidade, a taxa de juros de longo prazo não necessariamente deve ser alterada a cada reunião prevista para que ela seja analisada?, afirmou.
Segundo Meirelles, a TJLP já está em níveis compatíveis com taxas de outros países. O presidente do BC considera que a manutenção da TJLP por conta de um quadro de estabilidade é uma boa notícia para a economia brasileira.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que a TJLP está em linha com a taxa de outros países emergentes com os quais o Brasil compete economicamente e permite que o investimento continue em trajetória de elevação. Com a manutenção da TJLP, o CMN encerrou um ciclo de seis quedas nessa taxa.
A TJLP representa o custo básico dos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Meirelles afirmou que o fato de o CMN ter decidido manter em 6,5% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) não significa que ela chegou ao piso.
O presidente do BC discordou da avaliação de que haveria uma contradição nesse discurso, já que a estabilidade tem sido uma das justificativas para o Comitê de Política Monetária manter o processo de redução da taxa básica de juros (Selic). Segundo Meirelles, não se deve confundir a natureza da Selic, uma taxa de curto prazo, com a TJLP. As duas têm características próprias que são levadas em conta nas duas definições, explicou.
Juros
Meirelles defendeu a atuação do BC na condução da política monetária, mesmo diante dos novos dados do PIB de 2006 divulgados pelo IBGE. Questionado sobre análises de que os dados do IBGE mostram que o BC tinha uma visão equivocada de que o País não poderia crescer mais de 3% por alguns anos sem causar inflação, Meirelles afirmou que essas opiniões são equivocadas, que julgam que o BC trabalha com meta de crescimento e de PIB potencial.
?É um equívoco. O BC não tem meta de crescimento, tem meta de inflação. O BC analisa os dados e seus modelos para tomar suas decisões?, afirmou Meirelles. Ele acrescentou que considera positivo o fato de que o Brasil cresceu mais com inflação baixa. ?Os números revelam que o Brasil tinha uma capacidade maior de crescimento do que os dados então disponíveis capturavam?, disse Meirelles. ?Crescimento, quanto maior melhor, mas com inflação na meta?, completou.