Juro ao consumidor fica mais caro em janeiro

A taxa média de juros cobrada do consumidor final interrompeu a trajetória de queda e voltou a subir em janeiro. Para a pessoa física, os juros subiram de 7,75% em dezembro para 7,92% em janeiro, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças). Com isso, a taxa anualizada média passou de 144,91% para 149,59%.

De acordo com a pesquisa, todas as taxas de juros cobradas do consumidor, com exceção do cheque especial, ficaram mais altas no mês passado. A elevação do juro na ponta acompanhou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que no mês passado frustrou as expectativas do mercado e decidiu manter a Selic em 16,5% ao ano. Essa decisão interrompeu a trajetória de queda do juro básico da economia, iniciada em junho de 2003.

O maior aumento de juro ocorreu no crédito direto ao consumidor, que passou de 3,39% em dezembro para 3,59% em janeiro, um aumento de 5,9%. O segundo maior aumento (5,52%) foi registrado na taxa cobrada pelas financeiras no empréstimo pessoal, que subiu de 12,14% para 12,81%.

O juro do empréstimo pessoal subiu de 5,86% para 6,09%, uma variação de 3,92%. A taxa mensal do crediário passou de 6,14% em dezembro para 6,16%, um aumento de 0,33%. No cartão de crédito, onde o juro mensal passou de 10,35% para 10,36% de dezembro para janeiro, o aumento foi de 0,10%.

A única taxa a registrar queda foi a do cheque especial, de 8,64% em dezembro para 8,51% ao mês em janeiro, uma redução de 1,5%.

Greenspan nega aumento no juro

O presidente do Federal Reserve (banco central americano), Alan Green-span, afirmou que o Fed vai ser paciente e manter os juros no patamar mais baixo da história do país em 45 anos. A intenção é assegurar que a economia continue se recuperando. Mas Greenspan também advertiu que juros tão baixos não serão compatíveis indefinidamente com a mais importante função do Fed, que é lutar contra a inflação.

Ele citou os ganhos “expressivos” da economia dos EUA, mas advertiu para a ameaça do déficit orçamentário.

Greenspan afirmou que a economia do país está crescendo rapidamente desde o verão (no hemisfério Norte), e previu inclusive a recuperação no mercado de trabalho para os próximos meses.

O Fed elevou a previsão para o crescimento da economia dos EUA em 2004. Espera agora uma elevação do PIB (Produto Interno Bruto) entre 4,5% e 5%. Em julho passado, a projeção era de um crescimento entre 3,75% e 4,75%.

Ele também citou o risco do déficit federal, dizendo que o problema deve ser resolvido logo, para evitar o risco de sérias dificuldades fiscais em longo prazo.

As afirmações foram feitas ontem, durante o discurso de Greenspan na Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA.

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