O custo de capital dos bancos deve crescer com a implementação das novas regras de capital batizadas de Basileia III, de acordo com José Berenguer, presidente do JPMorgan. “Várias instituições buscarão capital no mesmo momento. Haverá uma seleção maior e uma reprecificação das operações, com encarecimento do crédito longo”, avaliou ele, durante palestra no 3º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

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Na visão do executivo, as regras de Basileia III, estabelecidas como uma resposta à crise financeira e bancária iniciada em 2008, resumem-se em maior exigência de capital e restrição na gestão de liquidez. A nova regulamentação, segundo ele, vai exigir mais capital e com diferentes características para as operações de crédito realizadas pelos bancos. “Um banco quebra por liquidez e não por falta de capital e é isso que Basileia III tenta endereçar”, afirmou Berenguer.

Com Basileia III, de acordo com o executivo, a participação do governo no salvamento de instituições bancárias será menor ao passo que será exigida maior presença dos depositantes dos bancos. Neste contexto, ele citou a importância do conceito de “bail-in”, que significa a conversão de alguns tipos de depósitos em capital.

“É uma inovação importante que está sendo trazida nos últimos meses em função da crise de 2008 e exigirá que, em caso de problemas com instituições, os depositantes sejam responsabilizados e contribuam com seus depósitos em capital, além dos fundos garantidores, como o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no Brasil”, avaliou o presidente do JP.

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Ele ressaltou ainda a necessidade de os bancos adequarem seus ativos e passarem a captar a prazos mais longos. No entanto, disse que os instrumentos já existentes, como as letras financeiras, são suficientes, não sendo necessários novos mecanismos.