Jovem é o que mais sofre com desemprego

O desemprego em Curitiba e região metropolitana (RMC), que foi de 6,3% em março, atingindo 97 mil pessoas, foi mais incisivo entre os jovens de 18 a 24 anos e os trabalhadores sem o ensino médio completo.

Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e usam a mesma metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa levantou, ainda, que o desemprego é recente para cerca de 80% das pessoas, que estão à procura de trabalho há menos de seis meses. Uma em cada cinco busca emprego há mais tempo.

De acordo com o Ipardes, praticamente metade dos desempregados (47,7 mil pessoas) da RMC tem entre 25 e 49 anos de idade. Nessa faixa, o desemprego é de 5%.

A taxa é maior na população entre 18 e 24 anos: 11,6%. São 29,7 mil jovens sem trabalho e procurando emprego. Entre as pessoas com mais de 50 anos, o desemprego é menor, ficando em 2,3%.

A pesquisa do Ipardes ainda detectou que as mulheres são a maioria (53,7%) dos desempregados em Curitiba. A proporção é parecida com a nacional, de 55,9%.

O instituto paranaense também destacou que a RMC, comparada com as seis regiões metropolitanas mensalmente pesquisadas pelo IBGE (Curitiba não está incluída), é a que possui o maior percentual de desocupação entre as pessoas de 10 a 17 anos.

Contudo, para o presidente do Ipardes, Carlos Manuel dos Santos, este indicador pode ser positivo, já que pode significar que as famílias estão conseguindo manter o sustento de seus filhos.

Em relação à escolaridade, a maioria (47,4%) das pessoas sem emprego na capital tem ensino médio completo, mas não iniciou ou terminou um curso superior.

Já as pessoas que não completaram o ensino médio são 43,7% do total, enquanto as que concluíram uma faculdade são 8,9%. O coordenador de pesquisas periódicas do Ipardes, Gino Schlesinger, confirma que a empregabilidade aumenta consideravelmente entre quem possui diploma do ensino superior.

Setores

O grupo que engloba as indústrias extrativa e de transformação, produção e distribuição de eletricidade, gás e água, foi o que apresentou a maior taxa de desemprego em Curitiba e Região Metropolitana, em março, segundo o Ipardes: 4,8%.

Outros destaques foram os grupos do comércio, reparação de veículos automotivos e de objetos pessoais e domésticos e comércio varejista de combustíveis (4,6%), intermediação financeira e atividades imobiliárias (4,3%) e a construção civil, com 4,2%.

No confronto com os dados de março de 2008, o Ipardes detectou apenas dois grupos em que o número de desempregados caiu: administração pública, seguro social, educação, saúde e serviços sociais, com queda de 1,1 ponto percentual, e outros serviços, com redução de 0,8 ponto percentual.