economia

José Serra diz que criação da TLP é ‘oportunismo político’

O senador José Serra (PSDB-SP) classificou a iniciativa do governo de mudar a taxa de juros dos financiamentos do BNDES de “oportunismo político”, dado que a equipe econômica mira apenas no banco de fomento, sem mexer em subsídios concedidos por outros bancos públicos, como o Banco do Nordeste (BNB). Durante audiência pública para debater a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), ele chegou a bater boca com defensores da iniciativa.

Esta não é a primeira vez que Serra dispara críticas contra a política econômica do governo do presidente Michel Temer. No dia em que foi anunciada a redução da meta de inflação, 29 de junho, o senador tucano fez ataques à medida, ao Banco Central e ao Ministério da Fazenda. Na sua página oficial do Facebook, ele pediu uma reformulação “significativa” da política econômica.

O PSDB, partido do senador, também está dividido no apoio ao governo Temer. Na votação da denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, quase metade da bancada tucana votou contra Temer e favorável à denúncia.

Serra já havia criticado a TLP em artigo publicado pelo Estado e tentou emplacar mudanças na Medida Provisória (MP). As sugestões, no entanto, foram barradas pelo relator, o também tucano Betinho Gomes (PE).

Nesta terça-feira, na audiência pública, Serra discutiu com o economista Roberto Ellery, professor da UnB favorável à medida. Ellery mostrava o custo que o uso da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) como referência nos empréstimos do BNDES teve para o Tesouro Nacional, uma vez que ela é menor do que a Selic, que reflete o custo de captação do governo no mercado. A diferença cria o chamado “subsídio implícito”.

Os dados, no entanto, foram contestados por Serra. “O governo mexe no BNDES e não mexe em subsídios de empréstimos em outros bancos. Isso é oportunismo político. O governo não abriu a boca sobre isso”, disparou.

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