A holding J&F, que pertence aos irmãos Batista, fechou a venda de quatro linhas de transmissão da Âmbar, braço de energia da família, para a companhia Taesa, controlada pela colombiana Isa e pela mineira Cemig, segundo comunicado divulgado na noite desta segunda-feira, 17. O valor do negócio foi de R$ 942,5 milhões.
As conversas entre a J&F e Taesa foram retomadas nas últimas semanas. No início deste ano, a Taesa, que está de olho em ativos de energia na América Latina, já tinha manifestado interesse pelas linhas de transmissão da Âmbar, mas as negociações tinham travado.
A transação envolve um total de 1,2 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia. Até o ano passado, a gestora canadense Brookfield tinha contrato de exclusividade para a negociação. A Taesa foi assessorada pelo banco ABC e, a J&F foi auxiliada pelo BTG.
A venda desses ativos ganhou força no ano passado, quando as delações de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. O grupo Âmbar também possui negócios de geração de energia, que reúne o Projeto Integrado de Energia Cuiabá, com usina termoelétrica e conjunto de gasodutos que transportam o gás natural de Chiquitos, na Bolívia, até Cuiabá, em Mato Grosso, que ficaram de fora dessas negociações.
Desinvestimentos
Além das linhas de transmissão da Âmbar, a família Batista, controladora da JBS, vendeu outras importantes empresas para fazer caixa. Em julho do ano passado, a família negociou a Alpargatas, dona da Havaianas, para um grupo liderado pela Itaúsa, braço de investimentos do Itaú.
A Minerva ficou com os ativos de carne bovina da JBS na América do Sul. O grupo também se desfez da participação que detinha na Vigor, que foi comprada pela mexicana Lala. Outro acordo fechado pela J&F foi a venda da companhia de celulose Eldorado, negociado para a Paper Excellence.
Segundo fontes, a família não vai abrir mão da JBS, maior processadora de carnes do mundo, fundada por José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro. No mês passado, a gigante de carnes anunciou que o executivo Gilberto Tomazoni, que já era presidente de operações globais, assumiu o comando da companhia.
Zé Mineiro havia voltado à presidência da empresa que fundou nos anos 1950, em setembro do ano passado, após a prisão de Joesley e Wesley por quase seis meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.