As exportações japonesas recuaram 12,5% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o que representa a maior queda desde outubro de 2009, quando o comércio exterior ainda se ressentia dos efeitos da crise financeira global. A queda levou a balança comercial do país a registrar um déficit de 463,7 bilhões de ienes (US$ 5,654 bilhões), o primeiro resultado negativo para o mês em 31 anos. As importações aumentaram 8,9% em relação ao total de abril de 2010, puxadas pela elevação mundial dos custos da energia.
Os danos causados pelo terremoto de 11 de março continuaram no mês passado a limitar a produção e os embarques de carros e outros produtos que constituem a espinha dorsal da economia japonesa. Grande parte da fraqueza das vendas externas veio do setor automotivo.
O número de automóveis exportados despencou 55,6%, para a mínima histórica de 214.437 unidades, informou o Ministério das Finanças. O valor das exportações da indústria automobilística caiu 67% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 255,3 bilhões de ienes (US$ 3,113 bilhões) – o mais baixo nível desde janeiro de 1979, quando o ministério adotou o atual método de cálculo.
A variação anual nas exportações totais ficou basicamente em linha com as previsões dos economistas, mas representou o segundo recuo consecutivo, seguindo-se à queda de 2,3% em março, quando os efeitos do terremoto começaram a aparecer e causaram a primeira queda em 16 meses.
A situação do Japão contrasta com a de outros exportadores asiáticos. As exportações da China aumentaram 29,9% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2010, enquanto as da Coreia do Sul cresceram 26,6%. O déficit do Japão em abril foi o primeiro desde janeiro e ficou abaixo dos 700 bilhões de ienes esperados pelos economistas.
De acordo com o Ministério das Finanças, as exportações para a China caíram 6,8% em relação a abril de 2010, o primeiro recuo em 18 meses. O total de vendas para a Ásia diminuiu 6,6%. Para os EUA, as exportações japonesas recuaram 23,3% e, para a Europa, encolheram 10,7%. As informações são da Dow Jones.