O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, pediu ao seu gabinete que elabore um orçamento suplementar para financiar novas medidas de estímulo com o objetivo de lidar com as ameaças à economia trazidas pela deflação, pelo iene forte e pelo enfraquecimento das exportações. De acordo com a imprensa local, o tamanho do orçamento será de cerca de 4,6 trilhões de ienes (US$ 55 bilhões), mas o governo não planeja emitir mais bônus por conta das preocupações de Kan com uma potencial turbulência neste mercado.
Porém, o ministro do Estado para Economia e Política Fiscal, Banri Kaieda, afirmou que os bônus são uma opção que vale a pena ser considerada para garantir que o estímulo extra seja suficientemente grande para evitar uma recessão. O ministro disse que vai discutir esse ponto em reuniões com outros membros do gabinete.
“Se houver projetos de trabalho público eficientes” para dar suporte à economia, “nós podemos emitir bônus de construção para financiá-los”, afirmou Kaieda. Essa emissão seria temporária e o governo poderia reter a confiança do mercado mantendo sua promessa de limitar as emissões de bônus nos próximos anos aos 44 trilhões de ienes estabelecidos no orçamento inicial de 2010.
O ministro afirmou que vai criar um grupo de estudo para verificar a possibilidade de securitização de bônus do governo sem juros e ativos nacionais. Diferentemente dos bônus usados para cobrir deficiências orçamentárias regulares, os bônus de construção são menos prejudiciais às gerações futuras, porque o dinheiro é usado para financiar projetos importantes, como estradas e pontes, destacou Kaieda.
“É natural para nós maximizar o uso de ativos que o Japão possui atualmente antes de pedirmos ao público para assumir um ônus maior, especialmente quando as condições fiscais já são graves”, disse. Ainda assim, tais bônus se somariam à dívida total do governo, que já está próxima de 200% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do Japão – a maior entre os países industrializados. As informações são da Dow Jones.