O governo japonês melhorou pela primeira vez em oito meses sua avaliação sobre a economia, no relatório econômico de março, divulgado. No entanto, enfatizou o risco de um prolongado período de deflação sufocar a nascente recuperação econômica do país. “A economia vem recuperando-se firmemente”, embora “permaneça em uma situação difícil”, diz o relato do gabinete do governo.
Ao acrescer a palavra “firmemente” para descrever o atual ritmo de expansão da economia de modo geral, o governo mostrou maior otimismo em sua avaliação de março em comparação à de fevereiro. A revisão positiva refletiu basicamente melhora na demanda doméstica e das exportações nos últimos meses.
Mas a primeira melhora de sua avaliação não desfez as preocupações com a possibilidade de a queda nos preços atingir a economia. O relatório disse que a administração e o Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) irão atuar juntos para combater a deflação, por meio de medidas “agressivas e abrangentes”, sugerindo que as autoridades do governo manterão pressão sobre o BC.
Crescem as expectativas de que o BC irá adotar medidas adicionais de flexibilização monetária no encontro de dois dias que termina quarta-feira, mas o banco central pode ser forçado a aprofundar sua ação nos próximos meses. O ministro das Finanças, Naoto Kan, recentemente pediu ao banco para fazer mais, expressando seu desejo de tornar positivo o índice de preços ao consumidor até o fim do ano.
No relatório de março, o governo elevou sua avaliação para cinco componentes da economia: consumo, investimento de capital, lucro corporativo, construção de residências e emprego.
Sentimento do consumidor
Os consumidores japoneses estiveram mais otimistas em relação à economia em fevereiro, refletindo avaliação melhor sobre as condições no mercado de trabalho e da renda, indicaram dados divulgados hoje pelo gabinete do governo. Analistas afirmaram, entretanto, que a recuperação do país continua frágil.
O índice de sentimento do consumidor, que avalia a confiança na economia para os próximos seis meses, subiu de 39 em janeiro para 39,8 em fevereiro, pelo segundo mês seguido. O subíndice que mede a avaliação dos consumidores sobre o ambiente para o emprego subiu 1,1 ponto, para 34,2 em fevereiro, enquanto o subíndice que mede a avaliação dos consumidores sobre as condições da renda avançou 0,9 ponto, para 38,8. As informações são da Dow Jones.