Tóquio, 14 – O fundo de pensão pública do Japão, o maior do mundo com ativos de 109 trilhões de ienes (US$ 139,6 bilhões), planeja manter seus títulos denominados em euros, apesar do recuo de outras instituições financeiras nacionais em meio ao aprofundamento da crise da dívida soberana da Europa.
“Desde que fizemos investimentos com uma perspectiva de longo prazo, de dez a 20 anos, não temos de vender e ter prejuízos temporários (em títulos europeus), enquanto esperamos que o mercado retorne ao normal ao longo do tempo”, disse Takahiro Mitani, presidente do Fundo de Investimento de Pensões do Governo, em entrevista recente. Ele acrescentou que “é duvidoso” se tomar qualquer medida precipitada quando os mercados estão neste (clima) áspero, “a menos que haja um risco urgente” de defaults em toda a região.
A postura do fundo governamental contraria a tendência recente entre os investidores institucionais japoneses de cortar a exposição a títulos da zona do euro e oferece ao menos algum apoio aos conturbados mercados obrigacionistas europeus. Após a reunião da cúpula europeia da semana passada, que pouco fez para resolver a crise da dívida, Mitani disse que levará muito tempo para o problema ser resolvido. Ele também afirmou que seria “teoricamente impossível” para os países mais fracos, como a Grécia, deixarem a zona do euro.
Como o fundo de pensão pública japonês enfrenta uma onda de obrigações de pagamento ao longo dos próximos anos, há planos para começar a investir em ações de mercados emergentes até o final do exercício em curso, em março de 2012, para buscar retornos mais elevados.
Mitani disse que o fundo está se preparando “firmemente” para o plano, embora o lançamento possa ocorrer mais tarde do que o inicialmente previsto, devido a alguns atrasos nos processos de preparação.