Um painel do governo do Japão recuou dos planos para reformar as cooperativas agrícolas do país, significando que pequenos fazendeiros manterão uma poderosa voz política contra a competição de grandes empresas.
Inicialmente, o painel de desregulação demandou que o braço político do grupo Cooperativas Agrícolas do Japão fosse abolido, de modo a eliminar uma força que rotineiramente fala contra a competição. O plano, no entanto, enfrentou resistência de líderes do Partido Liberal Democrático, uma vez que muitos deles vêm de áreas rurais, onde as cooperativas são fortes.
A Cooperativas Agrícolas do Japão tem sido um grande obstáculo às negociações para a Parceria Transpacífico (TPP) por se opor a reduções de tarifas em produtos japoneses como carne. O grupo representa os interesses de cinco milhões de fazendeiros, a maioria com pequenas operações e com trabalho de período parcial.
Membros do governo dizem que um acordo comercial é necessário para dar ao Japão acesso a mercados de rápido crescimento na Ásia, mas a contínua influência das cooperativas indica que uma mudança nas negociações parece difícil.
O painel sugeriu que a Cooperativas Agrícolas do Japão considere se tornar uma empresa com ações e afirmou que o grupo deveria ter cinco anos para se reestruturar.
Antes de o painel publicar o relatório, o primeiro-ministro Shinzo Abe defendeu o recuo de uma reforma imediata. “Reformar a Cooperativas Agrícolas do Japão não é um fim por si só, mas um meio para um fim. Nosso objetivo é desenvolver a indústria agrícola e as comunidades locais enquanto levamos em consideração os interesses dos fazendeiros”, disse. Fonte: Dow Jones Newswires.