O risco de desabastecimento é o maior obstáculo que o Brasil precisa superar para aumentar suas vendas de álcool ao Japão. "Parece-nos prematuro comprar etanol em grandes quantidades", disse o presidente do escritório paulista da Organização do Comércio Exterior do Japão (Jetro, na sigla em inglês), Yuji Watanabe. Uma missão japonesa chega ao País hoje para ter uma visão mais clara sobre as reais condições do Brasil de fornecer o combustível de forma contínua e em grande quantidade.

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Prudentes, mas também preocupados em reduzir suas emissões de carbono, por enquanto os japoneses não misturam o etanol diretamente à gasolina como se faz no Brasil, embora uma legislação permita a mistura de até 3%. Em vez disso, utilizam um aditivo chamado ETBE (etil tércio butil éter), feito de etanol e petróleo. "Esta alternativa foi adotada por Japão e também nos países da União Européia, como França, Alemanha e Espanha", disse Watanabe.

"Eles não terão como não aumentar a importação", aposta o presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira. Ele reconhece, porém, que há resistência por parte dos nipônicos. "Aqui no Brasil, as últimas montadoras a adotar a tecnologia flex fuel foram as japonesas.

Segundo Watanabe, há outra razão para os japoneses não aumentarem de imediato seu consumo de etanol: os preços estão elevados. "Para baixar o preço tem de fazer esforços não só no Japão como também no Brasil", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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