O Japão considera projetar que a economia vai encolher 3% neste ano fiscal, informou uma pessoa com conhecimento do assunto, enfatizando a maneira com que o governo se prepara para uma recessão duradoura que dificultará a melhora do equilíbrio fiscal.
Se esse número se tornar a projeção oficial do governo, representaria uma forte revisão da estimativa feita em dezembro de crescimento zero no ano fiscal que começou este mês. Seria também a maior contração em um ano fiscal já registrada. A pior performance até o momento foi a contração de 1,5% no ano fiscal 1998, de acordo com o gabinete do governo.
A maior economia da Ásia foi prejudicada pela desaceleração global, que pesou duramente nas exportações do país. A queda das vendas externas fez com que as empresas colocassem o freio na produção. Isso levou a demissões, derrubando o sentimento do consumidor.
No período outubro a dezembro, o Japão teve contração anualizada e ajustada pela inflação de 12,1%, pior do que os EUA e a União Europeia. Analistas esperam performance fraca similar no primeiro trimestre.
Questão Fiscal
As preocupações com a deterioração da saúde fiscal do Japão também podem aumentar se o governo seguir adiante com a mudança na projeção. Uma previsão menor para o Produto Interno Bruto pode, posteriormente, fazer com que o governo reduza a projeção para a receita tributária neste ano fiscal, agora estimada em 46,1 trilhões de ienes (US$ 470,12 bilhões), e venda bônus adicionais para levantar recursos para preencher o buraco.
O ministro das Finanças e da Economia, Kaoru Yosano, divulgou nesta terça-feira detalhes do orçamento suplementar para financiar o estímulo econômico, que contém 15,4 trilhões de ienes em novos gastos e cortes tributários e visa impulsionar o PIB do Japão em dois pontos porcentuais no ano fiscal 2009. O governo atualmente pretende emitir 10,82 trilhões de ienes em bônus adicionais para financiar o pacote de estímulo.
O governo espera submeter as propostas de orçamento para o Parlamento em 27 de abril, com a meta de que elas entrem em vigor até maio. Antes do envio, o governo divulgará sua projeção econômica revisada.