O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta segunda-feira que o avanço nos preços do país ainda não é suficientemente forte para que Tóquio declare o fim da deflação, reafirmando a importância de se manter condições monetárias acomodatícias por enquanto.
Abe, que fez o comentário durante sessão parlamentar, afirmou esperar que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) continue implementando agressivas medidas de estímulo monetário de forma a alcançar sua meta inflação de 2%, mas não deu qualquer sinalização sobre a continuidade de Haruhiko Kuroda como presidente do banco central japonês. O atual mandato de Kuroda, de cinco anos, vence em abril.
Kuroda, que participou da mesma sessão, também defendeu ser extremamente importante que o BoJ e o governo mantenham a meta de 2% e continuem pacientemente implementando uma agressiva política de relaxamento monetário.
“Ao contrário dos EUA e da Europa, o Japão está apenas no meio do caminho para o objetivo de 2%”, justificou Kuroda.
Enquanto grandes BCs mundiais se direcionam no sentido de retirar estímulos monetários, a inflação subjacente anual do Japão, que desconsidera os voláteis preços de alimentos frescos, ficou em apenas 0,9% em dezembro.
Abe não fez comentários sobre a sucessão de Kuroda, mas destacou que sua política monetária ajudou a melhorar o sentimento dos mercados.
Investidores são a favor de que Kuroda permaneça no comando do BoJ. Recentemente, Abe elogiou a contribuição de Kuroda para o sucesso da política econômica do governo, conhecida como “Abenomics”.
Ao ser questionado sobre os efeitos colaterais de se manter taxas de juros em níveis baixos por um período prolongado, Kuroda reiterou que não tem visto problemas no sistema financeiro, mas prometeu ficar atento a possíveis efeitos nos lucros de bancos regionais, que são mais dependentes de operações de empréstimos. Fonte: Dow Jones Newswires.