Em todo o País, o mês de janeiro registrou uma perda líquida de 101.748 vagas de trabalho formal, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, em Brasília.
No Paraná, ao contrário da maioria dos estados da Federação, o resultado foi positivo em janeiro: alta de 0,07% e geração de 1.592 novas oportunidades de trabalho.
No acumulado de doze meses o Estado registra alta de 5,11% (saldo positivo de 100.178 vagas abertas). A marca foi bem inferior ao corte de 654,9 mil vagas registradas em dezembro.
“O saldo do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) é negativo, mas não caminha para a catástrofe anunciada”, disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Segundo ele, o mês de fevereiro ainda será fraco em termos de recuperação de empregos, mas, em março, haverá uma retomada. “Os números mostram que aquilo que eu avaliava começa a ser confirmar”, disse.
A perda, em todo o País, porém, foi menor que o esperado por especialistas, que previam o fechamento entre 170 mil e 300 mil postos de trabalho. Mesmo assim, já salientavam esses especialistas, o resultado de janeiro não poderia ser classificado como positivo, pois tradicionalmente esse é um mês de geração de postos de trabalho.
O nível de emprego no mês passado apresentou uma queda de 0,32% em relação ao estoque de dezembro de 2008. Segundo o Ministério do Trabalho, esse comportamento refletiu a influência de fatores sazonais, principalmente nos setores de ensino e comércio, e de desdobramentos da crise financeira internacional.
O resultado negativo foi o primeiro para um mês de janeiro desde 1999, quando foram fechadas 41.211 vagas. Ainda segundo dados do Caged, no País alguns setores apresentaram desempenho positivo, como a construção civil (+0,59%), com a geração de 11.324 empregos, e serviços (+0,02%), com 2.452 empregos criados.
Do lado negativo, um dos destaques foi a indústria de transformação, com dez ramos registrando fechamento líquido de vagas, dos quais metalurgia registrou 12.028 postos a menos (-1,60%), material de transportes, -11.732 vagas (-2,30%), e indústria de produtos alimentícios, -8.794 vagas (-0,49%). O setor agrícola, por sua vez, perdeu 12.101 pontos (-0,78%).
Paraná
Os números do Paraná se mantiveram em patamares positivos graças ao desempenho da Construção Civil, que cresceu 1,50% no mês (com 1631 novas contratações), ao setor de Serviços, com 2020 contratações (alta de 0,27%).
Comércio (com -912 contratações e queda de 0,18%) e Indústria (-554 contratações e queda de 0,09%), setores que tradicionalmente garantem números positivos, puxaram a queda no primeiro mês de 2009.