J.C. Penney planeja vender Renner na bolsa

O grupo varejista americano J.C.Penney planeja vender na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sua participação acionária de controlador na Lojas Renner. O J.C. Penney detém hoje 97,7% do capital da Renner, distribuído em 1,455 bilhão de ações ordinárias e 2,257 bilhões em preferenciais.

Dependendo das condições de mercado, todos esses papéis poderão ser vendidos. Caso confirmada essa hipótese, seria a primeira vez que o controle de uma empresa é vendida de forma pulverizada no mercado.

A Lojas Renner é uma rede varejista especializada em vestuário, com receita anual de R$ 1,3 bilhão (2004) e uma cadeia de 62 lojas espalhadas pelos estados da região Centro-Oeste, Sudeste e Sul, empregando cerca de 6 mil funcionários.

De origem brasileira, em 1998 foi comprada pelo grupo J. C. Penney, uma das maiores cadeias de lojas de departamento dos EUA, com vendas da ordem de US$ 3 bilhões.

Operação

A operação prevê a conversão das ações preferenciais em ordinárias (com direito a voto) e a venda de uma parcela no mercado.

A Renner já apresentou pedido na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para uma oferta pública de ações bem como nomeou o banco coordenador da operação, que será o CSFB (Credit Suisse First Boston).

Como tem sido praxe nas últimas ofertas, as ações da Lojas Renner devem entrar na bolsa direto para o Novo Mercado, segmento da Bovespa onde são listadas as empresas com práticas mais exigentes de fornecimento de informações e de tratamento ao acionista minoritário.

Ainda segundo o comunicado ao mercado, a companhia deve criar um conselho de administração independente e convocar uma assembléia geral de acionistas para discutir as medidas preparatórias para a oferta.

A assembléia deve ocorrer no próximo dia 25, quando será deliberada, além da venda das ações, uma total reestruturação societária do grupo brasileiro e o grupamento dos papéis nos moldes do que outras companhias listadas na bolsa já fizeram.

O objeto é simplificar a estrutura acionária e aumentar a transparência do grupo.

Parte desse processo de simplificação também será estendido às ações do grupo: o lote-padrão, que é a quantidade mínima de ações que pode ser negociada no pregão, será convertido em apenas um papel, na proporção de 253 ações existentes para uma.

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