Itaú Unibanco reduz expectativa de alta da Selic para 0,25 pp

A combinação do processo contínuo de perda de força da economia brasileira, da revisão para baixo das expectativas de inflação a partir de 2016 e das sinalizações mais recentes dos diretores do Banco Central (BC) de maior conforto com a desinflação do ano que vem levou o Itaú Unibanco a reduzir de 0,50 para 0,25 ponto porcentual sua previsão de alta de juros na semana que vem. A informação consta de relatório assinado pelos economistas Ilan Goldfajn e Caio Megale, enviado aos clientes da instituição. O Copom se reúne nos próximos dias 28 e 29 para deliberar sobre o novo patamar de juro de referência da economia do País.

Depois da fala do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon, na segunda-feira em São Paulo declarando seu voto pela alta da Selic, só resta mesmo agora saber se a majoração da taxa será de 0,50 ou 0,25 ponto porcentual.

“Os dados recentes sugerem que a recessão continuará no segundo semestre e que o mercado de trabalho continua se enfraquecendo. Nosso índice de difusão, que mede o número de indicadores em alta, com base em um conjunto amplo de dados, deve terminar junho abaixo de 20%, o quinto mês consecutivo abaixo do nível consistente com crescimento zero, estimado em 47%”, reforçam Goldfajn e Megale.

Eles lembram que no mercado de trabalho houve contração líquida de 111 mil empregos formais anotados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) em junho, levando a média móvel dessazonalizada de três meses para negativos 146 mil postos.

“Com a atividade mais fraca, as expectativas de inflação de 2016 em diante começaram a recuar, a despeito da inflação corrente pressionada. Segundo a pesquisa Focus do BC, a mediana das expectativas de mercado para o IPCA em 2016 recuou de 5,50% antes da última reunião do Copom em 3 de junho para 5,40% na medição mais recente”, afirmaram os dois economistas do Itaú Unibanco. Eles lembram que no mesmo período, a mediana das expectativas de 2017 recuou de 4,90% para 4,60%.

“Em declarações recentes, membros do Copom têm sinalizado maior conforto com o processo de desinflação a partir de 2016. O diretor de assuntos internacionais Tony Volpon afirmou que ‘há uma combinação de fatores que apontam para um forte processo de desinflação em 2016’, e completou que ‘o sucesso dessa abordagem já se reflete na progressiva ancoragem das expectativas de inflação, processo que, eu acredito, deve persistir'”, escreveram Goldfajn e Megale no documento.

Portanto, de acordo com eles, diante dessa melhora do balanço de riscos de médio prazo para a inflação e da sinalização do Copom, o Departamento Econômico do banco espera agora uma alta final de 0,25 ponto na taxa Selic na semana que vem.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo