Itaú Unibanco eleva de 0,25 para 0,50 ponto porcentual previsão de alta da Selic

O Departamento Econômico do Itaú Unibanco elevou de 0,25 para 0,50 ponto porcentual sua projeção de alta da Selic (a taxa básica de juros). Os economistas da instituição esperam ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promova mais uma puxada na taxa, elevando-a ao patamar de 13% ao ano, só que neste caso no fim do ano. Atualmente, a Selic está 12,25% ao ano.

Eles tomaram como base para revisar a previsão da alta de juro a pressão que a depreciação recente da taxa de câmbio exerce sobre a já acelerada inflação de curto prazo. Para eles, a pressão do câmbio sobre os preços vai exigir da autoridade monetária uma postura mais dura no manuseio da política de juro. “Declarações recentes de membros do Copom ressaltando a especial vigilância sobre a inflação reforçam essa conclusão”, dizem os economistas.

Para 2016, o Itaú Unibanco espera uma queda acumulada na Selic de 1 ponto porcentual, para 12% ao ano. “Dependendo da evolução da atividade econômica e da inflação, a flexibilização esperada para 2016 pode ser antecipada para o segundo semestre de 2015”, ponderam os economistas do banco.

Depreciação

A taxa de câmbio, ressaltam os economistas do Itaú Unibanco, se depreciou aproximadamente 8% desde o início do ano e vem se estabelecendo em patamares acima de R$ 2,80 por dólar. “O movimento do câmbio foi mais rápido do que esperávamos. O câmbio mais depreciado adiciona pressão à inflação de curto prazo, que já se encontra elevada em consequência do ajuste de tarifas públicas”, reforçam. Neste ambiente, a resposta de política monetária tende a ser, segundo eles, mais dura, para evitar que a pressão de curto prazo se prolongue e contamine as expectativas de inflação.

Os economistas tomaram também como indicação de que o BC vai apertar a política monetária a declaração recente do diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, segundo a qual o BC sabe “que esse processo está em curso na primeira parte do ano e que é fundamental que a política monetária trabalhe e mantenha-se especialmente vigilante, para garantir que as pressões de curto prazo não se propaguem para os horizontes mais longos”.

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