A taxa de desemprego recuou por conta do aumento da população ocupada sem carteira assinada, ressalta o banco Itaú ao comentar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos dados positivos do levantamento é que a população ocupada avançou na comparação anual pela primeira vez em 23 meses, segundo relatório do banco.
Os economistas do Itaú, Artur Manoel Passos e Alexandre Gomes da Cunha, destacam, em relatório, que o emprego no setor privado com carteira assinada ficou estável na margem. Com isso, a queda na taxa de desemprego foi consequência do aumento da população ocupada nas demais categorias, principalmente trabalhadores por conta própria.
A taxa de desemprego do Brasil recuou para 12,8% no trimestre concluído em julho, ante 13% no trimestre concluído em junho, segundo os dados do IBGE. No ajuste sazonal feito pelo Itaú o desemprego recuou pelo quarto mês consecutivo, passando de 12,9% para 12,7%.
Além da queda do desemprego, o banco destaca que a massa salarial registrou alta de 3,1% na comparação anual, por conta principalmente da alta nos salários reais com a queda da inflação. O salário médio real subiu 0,2% ante o trimestre anterior; na comparação anual, avançou 2,6%. “O resultado sugere que a pressão de baixa nos salários reais causada pelo desemprego elevado vem sendo parcialmente compensada pela pressão de alta com a queda da inflação”, destacam os economistas.
O Itaú ressalta ainda que a população ocupada subiu 0,5% na comparação mensal dessazonalizada, e 0,2% na comparação anual, primeiro resultado positivo neste tipo de comparação em 23 meses. “Entretanto, o emprego no setor privado com carteira de trabalho ficou estável na margem, de modo que a alta na população ocupada foi consequência das demais categorias, principalmente de trabalhadores por conta própria.”