O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Paraná (Fetec-PR) promoveram ontem de manhã uma mobilização em frente ao prédio histórico onde está instalado o Banco Itaú, na Rua Monsenhor Celso, esquina com a XV de Novembro, centro de Curitiba. A intenção, segundo a presidente do sindicato, Marisa Stédile, era chamar a atenção sobre o fechamento de mais agências do Itaú. Até agora, 43 agências do interior já fecharam as portas no Paraná; outras 17 terão o mesmo destino até o próximo dia 23.
?É uma manifestação de solidariedade à comunidade que vai perder o único serviço bancário que possui?, afirmou Marisa. Segundo o sindicato, a medida afeta 37 cidades paranaenses, que não possuem outro atendimento bancário ou que passarão a contar apenas com o atendimento precário de cooperativas de crédito ou correspondentes.
Conforme levantamento do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) em 2006, dos 399 municípios paranaenses, 28,82% (ou 115 municípios) não possuem agência bancária. ?Os bancos têm que atentar para sua responsabilidade social junto aos municípios e não apenas para o lucro. As agências bancárias, públicas ou privadas, fomentam a economia das pequenas cidades?, apontou Marisa. Para o sindicato, a ação do Itaú é uma retaliação ao governo do Estado, que transferiu suas contas para bancos públicos.
Carta
Também ontem a direção do Sindicato dos Bancários e da Fetec-PR entregou uma carta ao Setor de Recursos Humanos do Banco Itaú, na Rua Carlos de Carvalho. No documento, as entidades solicitaram ?a imediata suspensão do processo de fechamento de agências e a revisão dessas medidas, com a volta do atendimento àquelas localidades.? As entidades reiteraram ainda que não aceitarão ?qualquer forma de demissão, decorrente desse processo?, exigindo ?transparência em eventuais realocações de funcionários, cujos locais de trabalho tenham sido fechados pelo banco.?
Até agora, segundo Marisa Stédile, o fechamento das agências não gerou demissões. Os funcionários – média de dois por agência – foram realocados para outros locais.