O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, divulgou hoje um lucro líquido recorrente de R$ 3,41 bilhões no terceiro trimestre, valor 13% menor do que os R$ 3,94 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Na relação com o segundo trimestre, o recuo foi menor, de 4,8% (R$ 3,58 bilhões).
A carteira de crédito da instituição fechou o trimestre com R$ 417,60 bilhões, incremento de 9,3% em 12 meses e alta de 1% no trimestre. Os melhores desempenhos foram dos empréstimos para grandes empresas e para o financiamento de imóveis; a carteira de veículos registrou recuo na base anual.
A inadimplência para débitos com atraso acima de 90 dias ficou em 5,1% em setembro, acima dos 4,7% do terceiro trimestre de 2011 e leve redução, de 0,1% na relação com junho de 2012.
As provisões (dinheiro que o banco tem de ter em caixa para se precaver de calotes de clientes) cresceram 19,7% ao chegarem a R$ 5,93 milhões no trimestre, na comparação com o terceiro trimestre de 2011; na relação com o segundo trimestre houve queda de 0,8%.
“Esse nível de provisionamento é atribuído, principalmente, à alta inadimplência verificada nas carteiras de veículos e ao aumento de volume das carteiras de crédito pessoal”, informou o banco.
Os ativos reais totais da instituição somaram R$ 960,21 milhões no fim de setembro, crescimento de 14,7% na comparação com o mesmo período de 2011.
O retorno recorrente anualizado alcançou 17,7% no terceiro trimestre, abaixo dos 23,5% vistos em igual intervalo de 2011. No segundo trimestre deste ano, esse indicador estava em 19,4%.
No balanço, o banco cita os efeitos da redução da margem financeira em decorrência dos cortes da taxa básica de juros, a Selic, entre outros fatores. A margem financeira da instituição recuou para R$ 12,82 milhões, ante os R$ 13,46 milhões registrados no segundo trimestre.
No acumulado do ano, a margem financeira cresceu 8,3% em comparação com os primeiros nove meses de 2011, em decorrência da evolução de 8,4% na margem financeira com clientes e de 6,3% na margem financeira com o mercado. “A redução da [taxa básica de juros da economia] da Selic impactou a margem”, diz o balanço.
Serasa
No balanço apresentado hoje ao mercado, o Itaú Unibanco divulgou um acordo com a empresa Experian para se desfazer da totalidade de sua participação na Serasa.
De acordo com o documento, “a operação é consistente com a destinação do capital do Itaú para negócios tipicamente bancários e que agregam valor aos acionistas”.
A Experian deverá pagar R$ 1,7 bilhão ao Itaú pelas 601.403 ações da Serasa, representativas de 16,14% do capital da companhia.