O novo valor de equilíbrio da moeda americana se dá em um nível de real depreciado. A avaliação é da economista do Itaú Unibanco, Julia Gottlieb, ao comentar a correção global do dólar claramente em curso desde a semana passada.
No mercado doméstico, pesam as incertezas no cenário econômico e, especialmente, um ajuste na conta corrente. “Terminamos o ano passado com um déficit em conta corrente de 4,2% do PIB que é mais alto que (a taxa de) 2,5% que a gente entende que seria o ponto de equilíbrio”, diz. Para Julia, a oferta de financiamento externo vai diminuir ainda mais e o custo deve aumentar. No Itaú, a estimativa para o dólar no fim de 2015 é de R$ 3,10, mesmo que aconteça algum “overshooting” ao longo deste ano, e de R$ 3,40 no fim de 2016.
Julia projeta que a economia dos EUA vai crescer 2,9% em 2015, acima dos 2,4% de 2014. “Estamos chegando mais perto do aumento dos juros nos EUA”, afirmou Julia, que não alterou a previsão sobre quando o Federal Reserve (Fed) vai subir os juros. Julia afirma que, por enquanto, permanece a hipótese de o BC americano subir a taxa em junho ou em setembro.
Sobre o programa de swap cambial feito pelo Banco Central brasileiro desde agosto de 2013, Julia afirma que os sinais recentes apontam para a diminuição da intervenção do governo no mercado cambial. “A sinalização recente tem sido no sentido de diminuir a intervenção no mercado de câmbio. Se o BC estender o programa, a gente acredita em algum gradualismo”, diz.