Itaú eleva projeção de IPCA para fechamento de março

Em relatório distribuído nesta sexta-feira a clientes, o economista do Itaú Unibanco Elson Teles informa que o Departamento Econômico do banco elevou em 0,10 ponto porcentual a sua expectativa em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, de 0,45% para 0,55%. A revisão foi orientada, sobretudo, pelo aumento da inflação em fevereiro acima da previsão feita pela instituição. O IPCA de fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou, fechou mostrando um aumento médio de 0,60% nos preços de bens e serviços no País. A expectativa do Itaú era a de que o índice encerrasse o período com alta de 0,48%.

Nominalmente, o IPCA de fevereiro desacelerou 0,26 ponto porcentual em relação à sua marca de 0,86% em janeiro. Mas no mercado, com raras exceções, as projeções eram de que a inflação de fevereiro ficaria abaixo da variação de 0,60%. O AE Projeções, por exemplo, tomou as previsões de 56 instituições financeiras e empresariais. O intervalo estabelecido foi de 0,36% a 0,63%, sendo que mediana ficou em 0,50% e a última projeção antes do teto foi de 0,56%.

“Com base no resultado do IPCA de fevereiro e de outras informações correntes, elevamos a projeção para março, de 0,45% para 0,55%. Confirmando-se este resultado, a taxa em 12 meses atingirá 6,67%”, disse Teles, para quem o aumento nos preços da alimentação vem mostrando maior persistência, o que indica que a desaceleração na margem deve ser menor do que o esperado anteriormente. “Nossa projeção preliminar aponta alta de 1,1% para o grupo alimentação no final do mês”, projeta o economista.

Teles ressalta que em termos desagregados, os preços livres subiram 1,13% em fevereiro, após alta de 1,20% em janeiro, com a taxa em 12 meses subindo para 7,9% de 7,2% até janeiro. Os preços administrados caíram 1,11%, após queda de 0,22% no mês anterior, com a taxa em 12 meses recuando para 1,5% (3,0% até janeiro). Os produtos não alimentícios do IPCA subiram 0,33%, ante 0,50% em janeiro, com a taxa em 12 meses recuando para 4,45% (4,66% até janeiro).

O grupo alimentação, diz o economista do Itaú Unibanco, apresentou variação de 1,45% em fevereiro ante 1,99% em janeiro, exercendo contribuição de 0,35 ponto porcentual. “Os destaques de alta entre os alimentos vieram dos itens: tubérculos, raízes e legumes; aves e ovos; farinha e massas; e alimentação fora do domicílio”, lista Teles. Os grupos Educação (0,24 ponto porcentual) e Transportes (0,16 ponto) também exerceram impacto relevante no IPCA. “A alta da Educação refletiu os reajustes nas mensalidades dos cursos regulares praticados no início do ano letivo.

Já o grupo Transportes foi impactado, principalmente, pelo reajuste no preço da gasolina no final de janeiro. Por outro lado, o grande destaque de baixa veio do grupo Habitação, em função do desconto na tarifa de energia elétrica. “A redução de 15,2% nas contas de luz exerceu contribuição negativa de 0,48 ponto porcentual no IPCA de fevereiro”, conclui Teles.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna