Brasília e São Paulo – O Itamaraty está analisando se a decisão da Argentina de adotar um regime de licenças não-automáticas prévias nas importações de produtos têxteis de uma série de países está de acordo com as regras que regem o livre comércio no Mercosul e com as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC). Em nota divulgada ontem, o Itamaraty afirma que o governo espera que as autoridades e os setores privados dos dois países cheguem a um entendimento de acordo com a lei e com o interesse comum de integrar o Mercosul:

“O governo brasileiro reitera sua convicção de que ambos os países encontrarão o melhor entendimento possível em conformidade com os interesses comuns de fortalecer e expandir a integração comercial e produtiva entre o Brasil e a Argentina, no contexto do Mercosul.”

Em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Paulo Skaf, criticou duramente a decisão do governo argentino e pediu uma resposta à altura do governo brasileiro. Citando o princípio de livre comércio que rege o Mercosul, ele defendeu que o Brasil utilize o princípio de reciprocidade e adote também barreiras às importações de produtos argentinos.

– Foi uma medida precipitada e não muito simpática, considerando que há conversas em andamento – disse Skaf, depois de uma reunião de mais de cinco horas com empresários argentinos do setor têxtil.

– Sob pressão e com a faca no pescoço não vamos negociar. Portanto, não resta nada a não ser uma resposta à altura do governo brasileiro, já que nós somos grandes importadores de produtos argentinos.

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