O gabinete de ministros do governo da Itália aprovou no começo da noite de hoje, pelo horário local, um pacote extraordinário de medidas de austeridade que prevê cortes de 45 bilhões de euros (US$ 64 bilhões) no Orçamento até 2013 para equilibrar as contas públicas do país. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que 20 bilhões de euros serão cortados em 2012 e outros 25 bilhões de euros em 2013. Segundo ele, as medidas de austeridade afetarão as províncias e municípios italianos, com a retenção de 9,5 bilhões de euros em repasses que o governo de Roma destina às regiões, informou a agência Ansa.
“Este programa vai na direção do que o Banco Central Europeu recomendou, por isso o BCE interveio no mercado na segunda-feira e comprou os nossos títulos”, afirmou o premiê. Berlusconi disse que a “especulação está se dirigindo para os países com maior quantidade de títulos em circulação” como a Itália, e que por isso as medidas são urgentes. O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que é de centro-esquerda e da oposição a Berlusconi, aprovou as medidas em caráter emergencial.
“Foi uma tesourada que coloca em pé de guerra as regiões e províncias”, disse a agência Ansa. Berlusconi também disse que foi aprovado um “imposto de solidariedade” e a idade da aposentadoria das mulheres italianas subirá para 65 anos. Os ministérios também terão menos dinheiro. Segundo Berlusconi serão cortados 6 bilhões de euros no orçamento para os ministérios em 2012 e 2,5 bilhões de euros em 2013. Só a pasta da Saúde foi poupada. O premiê ressaltou que a Itália está exposta a “ataques especulativos” do mercado e precisa se proteger.
Giulio Tremonti, ministro de Finanças, disse que o governo reduzirá o déficit 3,9% neste ano e outros 1,6% em 2012, para chegar ao equilíbrio em 2013. Tremonti ressaltou que esse objetivo será alcançado apenas com as “reduções das despesas” porque “aumentos de impostos não seriam considerados válidos por Bruxelas”. O ministro Tremonti disse que a estrutura burocrática de alguns municípios poderá ser extinta e eles serão incorporados a outros municípios maiores e o mesmo poderá ocorrer até com províncias. Ele não detalhou o “imposto de solidariedade”. As informações são da Ansa e da Dow Jones.