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Itália aprova corte de 10 bilhões de euros em impostos

O governo da Itália aprovou nesta sexta-feira os primeiros cortes de impostos em mais de uma década, dando um adicional até 80 euros por mês a 75% dos trabalhadores. Os incentivos fiscais, avaliados em 10 bilhões de euros por ano, entrarão em vigor no próximo mês. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou que a medida visa a incentivar os eleitores a comparecerem às urnas nas eleições parlamentares. Ele também espera que o benefício tributário impulsione o consumo e reduza a dependência da economia italiana das exportações, num momento em que a demanda externa mostra sinais de desaceleração.

Renzi, cujo Partido Democrático atualmente desfruta de uma alta recorde nas pesquisas de opinião, está fazendo apostas de alto risco com a medida, já que seu governo não identificou todos cortes orçamentários necessários para financiar os incentivos fiscais em caráter permanente. “Esses não são cortes de impostos pontuais, são estruturais”, explicou o premie italiano.

Ele esboçou iniciativas que ajudarão a minimizar o impacto do benefício fiscal no Estado. Entre elas, um teto salarial de 240 mil euros para servidores públicos e 2 bilhões de euros em economias com compras por parte do governo. Renzi também obrigará os governantes locais a reduzir os gastos e tornar públicas todas as despesas para não reduzidos os repasses do governo central. A imprensa da Itália identificou vários casos em que políticos usaram dinheiro público para comprar itens que variam de caviar a roupas íntimas.

O corte de impostos resultará em um adicional de até 1 mil euros por ano em salários de até 28 mil euros por ano. O último incentivo fiscal concedido aos trabalhadores italianos ocorreu no final de 2000, quando o governo de centro-esquerda nas vésperas das eleições – vencidas pelo conservador Silvio Berlusconi – aprovou o equivalente a 30 bilhões de euros em reduções tributárias.

Na época, contudo, a economia da Itália crescia a uma taxa anual de 3,7%, o déficit orçamentário era de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida pública representava 109% do PIB. Após cinco anos de crise econômica, que encolheu em 9% o PIB e elevou o endividamento para 133%, o país agora esforça uma modesta recuperação. Muitos economistas dizem que uma intervenção mais eficaz por parte do governo seria reduzir os impostos que incidem sobre as folhas de pagamento das empresas, o que reduziria os custos trabalhistas e impulsionaria as perspectivas de empregabilidade no médio prazo. Fonte: Dow Jones Newswires.

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