O governo da Itália confirmou que planeja reduzir seus gastos em 40 bilhões de euros para conseguir equilibrar seu orçamento fiscal até 2014, mas também anunciou que pretende estimular a economia com medidas que incluirão isenções fiscais para jovens empreendedores e um período mais longo de abertura do comércio durante os fins de semana.
O plano de austeridade de três anos tem o objetivo de fazer a Itália cumprir as normas fiscais da União Europeia e também de reduzir as preocupações quanto à solvência do governo italiano, que cresceram recentemente em meio à crise da dívida soberana de alguns países da região.
Terceira maior economia da Europa, a Itália tem uma dívida pública equivalente a 120% do PIB; recentemente, as agências de classificação de risco Moody’s e Standard & Poor’s advertiram para possíveis rebaixamentos dos ratings da Itália. Ao mesmo tempo, o PIB do país cresceu apenas 0,1% no primeiro trimestre, enquanto a economia da zona do euro como um todo registrou uma expansão de 0,8%.
Em entrevista à imprensa, o ministro da Economia, Giulio Tremonti, disse que o governo pretende fazer economia de 2 bilhões de euros em 2011, de 6 bilhões de euros em 2012, de 20 bilhões de euros em 2013 e de 12 bilhões de euros em 2014. O plano, que o governo espera ver aprovado pelo Parlamento até o fim deste mês, inclui uma prorrogação de quatro anos para o congelamento dos salários dos servidores públicos, a introdução de cobrança para consultas médicas e uma redução nas transferências de recursos do governo central para as regiões.
Tremonti também anunciou medidas para estimular a produtividade, que está entre as mais baixas da Europa. Entre essas medidas estará uma isenção fiscal de 5% durante cinco anos para jovens que criem novas empresas. Segundo o instituto nacional de estatística (Istat), a taxa de desemprego entre jovens entre 15 e 24 anos estava em 29,6% no primeiro trimestre, enquanto a taxa de desemprego geral estava em 8,1%.
O projeto do governo também inclui a permissão para que o comércio varejista fique aberto por mais horas durante os fins de semana; a maioria das lojas do país fecha aos domingos e, durante o verão, frequentemente também nos sábados à tarde. Empresas do setor de turismo de algumas regiões também terão isenções fiscais e acesso mais fácil ao crédito. As informações são da Dow Jones.