Foz do Iguaçu – A Itaipu Binacional vai cortar 15% dos gastos previstos para investimento e custeio este ano. De acordo com a diretora financeira Gleice Hoffmann, o corte se deve à queda na cotação do dólar e será feito para evitar a necessidade de aumentar tarifas de energia. O orçamento da hidrelétrica é feito com base na moeda norte-americana e as previsões para este ano foram fechadas com base em uma cotação de R$ 3, mas a cotação tem ficado abaixo desse valor.

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?Estamos fazendo um esforço para que não precise acontecer revisão tarifária em Itaipu e isso não seja jogado na conta do consumidor?, disse a diretora. ?Por enquanto, está descartada uma revisão tarifária, a menos que o dólar despenque mais. Aí, realmente a gente fica sem governabilidade de ajuste?, ressaltou.

A Itaipu atende a 25% do mercado nacional basicamente as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e o orçamento para este ano é de US$ 2,4 bilhões. Grande parte deste valor, US$ 19 bilhões, é destinada à dívida feita para construir a usina e deverá ser paga até 2023. E uma outra parte do dinheiro, US$ 311 milhões, é para royalties. Para custeio, investimento e pagamento de pessoal, o lado brasileiro da hidrelétrica conta com US$ 127 milhões. Destes, US$ 95 milhões vão para pagamento de pessoal e os US$ 32 milhões restantes são para despesas de custeio e investimento. É sobre este valor que se dará o corte de 15%.

Gleice explicou que será cortado tudo que não afete a operacionalização da usina: não será renovada a frota de veículos, serão reduzidas compras de material de escritório, pagamentos de viagens e o número de patrocínios. ?Nós não vamos mexer no que se referir à operacionalização e manutenção da usina, que é o que garante a geração de energia?, destacou. A Itaipu Binacional também está com um Plano de Demissão Incentivada voltado para quem já pode se aposentar, desde este ano até 2007. Atinge cerca de 400 empregados e, segundo a diretora financeira, em dois anos poderá gerar uma economia anual de US$ 29 milhões. 

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