Os preços no comércio da capital paulista subiram 0,46% no ano passado, informou hoje a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O porcentual ficou bem abaixo da elevação registrada em 2008, quando o Índice de Preços no Varejo (IPV) acumulou alta de 4,75%. Na avaliação da instituição, a desaceleração da alta dos preços no ano passado pode ser atribuída à redução de impostos e a outras medidas de estímulos tomadas pelo governo para aquecer o consumo. “O varejo, quando conta com medidas de desoneração fiscal e de estímulo à prática de preços mais acessíveis, imediatamente responde com a transferência desses benefícios para o consumidor”, avaliou a economista da Fecomercio-SP Júlia Ximenes.
Em dezembro, o IPV teve deflação de 0,05%, ante elevação de 0,11% em novembro. O segmento de Supermercados, com o maior peso na formação do índice geral, finalizou o ano com variação acumulada de apenas 0,15%. Em dezembro, o grupo mostrou redução de 0,69%, influenciado pelas quedas do leite (-2,63%), frutas (-3,18%), ovos (-3,32%), aves (-3,63%), conservas (-3,86%) e tubérculos (-11,53%). Segundo Júlia, os preços mais baixos foram favorecidos pelo término da entressafra de alguns produtos. Mas a economista ressaltou que, com o excesso de chuva, os preços das verduras e legumes devem subir nos próximos meses.
Outro item que apresentou queda em dezembro foi o de Eletroeletrônicos, com -1,52%. As reduções mais relevantes foram as observadas em telefonia (-2,79%), informática (-1,47%) e produtos de imagem e som (-1,28%). Os preços nesse segmento caíram 4,5% no acumulado de 2009, segundo a economista, por conta da valorização do câmbio valorizado.
No segmento de Móveis e Decorações, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) fez os preços recuarem 0,37% em dezembro, contra a elevação de 0,40% constatada em novembro. O setor fechou o ano de 2009 com alta acumulada de 2,46%.
Combustíveis
A elevação de 0,69% no preço de Combustíveis e Lubrificantes chamou atenção dos economistas da Fecomercio-SP em dezembro. Apesar da alta do álcool combustível de 2,62% no mês, influenciada pela redução da oferta de cana-de-açúcar no mercado interno, Júlia acredita que os preços dos combustíveis tendem a ser barateados ou, no mínimo, mantidos, tendo em vista a alteração da mistura de álcool à gasolina, que cairá de 25% para 20% a partir de 1º de fevereiro. A gasolina subiu 0,45% em dezembro. O setor de combustíveis fechou 2009 com alta de 3,87% nos preços.
O IPV é apurado mensalmente pela Fecomercio-SP desde 1992. Os dados são coletados junto a cerca de 2 mil estabelecimentos comerciais no município de São Paulo, contemplando 21 segmentos varejistas e 450 subitens. A pesquisa conta com uma amostra mensal de aproximadamente 105 mil tomadas de preços.