Enquanto muitos emergentes enfrentam dificuldades, as ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) de ações da Índia têm um ano forte. As companhias no país estão a caminho de levantar US$ 2 bilhões neste ano com essas operações, o maior valor em cinco anos.
A falta de oportunidades melhores pelo mundo convenceu alguns investidores internacionais a mandar mais dinheiro para a Índia, vista como melhor protegida da desaceleração global. Nesta semana, a InterGlobe Aviation, que controla a companhia aérea de baixo orçamento IndiGo, começou a aceitar ofertas para um IPO de US$ 465 milhões. A Coffee Day Enterprises, que comanda a maior cadeia do setor de cafés da Índia, acaba de levantar US$ 177 milhões. As companhias indianas já conseguiram levantar US$ 1 bilhão em IPOs neste ano, segundo a Dealogic. Além disso, as empresas podem ainda obter até US$ 500 milhões a mais com os IPOs em 2015. No ano passado, elas conseguiram apenas US$ 198 milhões com essas operações, incluindo US$ 141 milhões até 26 de outubro de 2014.
O avanço dos IPOs na Índia acontece enquanto outros mercados emergentes perdem fôlego. O economista Sumit Jalan, da Credit Suisse Securities (India), diz que a falta de alternativas é mesmo um fator importante. Segundo ele, caso se analise os países do grupo chamado de BRIC, o Brasil e a Rússia enfrentam dificuldades, enquanto a China “é uma interrogação”. “A Índia é o único que está se sobressaindo.”
Investidores estrangeiros compraram um total de US$ 4,67 bilhões em ações neste ano na Índia, o que inclui ações já listadas e novas emissões, segundo dados do órgão local que monitora essas operações.
A Índia é menos vulnerável porque sua economia é mais movida pela demanda doméstica que a maioria na Ásia. O país não depende de exportações de commodity ou do comércio com os EUA ou a Europa para crescer. Já Brasil, Rússia e Malásia, por exemplo, são grandes exportadores de commodities, que sofrem com a queda nos preços. Grande importadora de petróleo, a Índia se beneficia com a baixa no combustível.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a Índia cresça 7,3% neste ano, enquanto no Brasil a previsão é de contração de 3%, na Rússia é de contração de 3,8% e na China, de crescimento de 6,8%, abaixo da meta oficial de 7%. Fonte: Dow Jones Newswires.
