O Fórum de Competitividade para o setor automotivo, instalado ontem em Brasília, promete trazer muita discussão com relação a possível redução IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor. Segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o governo tem sinalizado com a intenção de reduzir esse imposto para ajudar a retomada das vendas de veículos. O presidente da entidade, José Lopez Feijóo, afirmou que essa possível decisão do governo tem sido pressionada por ameaças de afastamento e demissão de funcionários no setor, citando os casos da Volkswagen e GM.
O sindicalista defende a criação de um projeto regulamentar de longo prazo para o setor. Com relação ao imposto ele lembra que as montadoras já recebem uma boa ajuda do governo. A entidade informou que dos R$ 47 bilhões por ano que o governo libera para todas as empresas, 11% vai para as montadoras.
Por outro lado, fontes dentro da Anfavea e até o presidente da GM, Walter Wieland, criticaram a redução do IPI afirmando que seria um remédio insuficiente para a indústria. Para Feijóo essa posição junto com as propostas de afastamento de 3.933 da VW e o programa de demissão voluntária da GM fazem parte de um “terrorismo empresarial” para conseguir mais vantagens do governo.
Feijóo está em Brasília e irá participar da instalação do Fórum de Competitividade que contará com o ministro Luiz Fernando Furlan, que foi o primeiro componente do governo a falar de redução de IPI, há duas semanas na Europa.
Apesar disso, ontem, Furlan afirmou que o governo não irá tirar “soluções da cartola” de caráter emergencial para minimizar a crise no setor. Segundo ele não será apresentada uma medida conjuntural para os problemas do setor.
