Mesmo com o benefício da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as vendas de carros novos em novembro caíram 7,4% em relação a outubro. Números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que foram vendidos 130.305 veículos no País no mês passado, contra 140.749 unidades em outubro.
A queda de novembro pode ser explicada pela base de comparação: outubro foi um mês considerado bom para as vendas do setor automotivo. Também pesa negativamente sobre novembro o efeito sazonal, já que tradicionalmente as vendas do último bimestre costumam ser as piores do ano.
Na comparação com novembro de 2002, as vendas de carros no mês passado subiram 5,7%.
No acumulado do ano, quando foram comercializadas 1,258 milhão de unidades, há uma queda de 6,8% em relação ao mesmo período de 2002.
IPI menor
A prorrogação do IPI reduzido para o setor automotivo – que deveria acabar em novembro – foi estendido até o final de fevereiro. Até lá, a alíquota do IPI dos carros de até 2.000 cilindradas será reduzida em 3 pontos percentuais.
A expectativa da indústria é que o IPI menor ajude a reverter parte da queda nas vendas acumulada no ano. No entanto, a ajuda não deve ser suficiente para inverter o resultado de 2003, que deve ser menor que o de 2002.
Produção
As montadoras produziram em novembro 168.104 veículos, um aumento de 1,6% em relação a novembro de 2002 e uma queda de 0,4% na comparação com outubro. De janeiro a novembro, a produção de veículos atingiu 1,673 milhão de unidades, uma alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2002.
Já as exportações atingiram US$ 507,091 milhões em novembro, uma queda de 11,7% em relação a outubro. Na comparação com novembro de 2002, quando as vendas externas totalizaram US$ 385,196 milhões, houve um crescimento de 31,6%.
No acumulado do ano, as vendas para o mercado externo alcançaram US$ 4,996 bilhões, um aumento de 38,9% em relação ao mesmo período de 2002.
Setor agora quer incentivo permanente
Depois de conseguir negociar na semana passada a prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do carro zero por mais três meses, as montadoras tentam agora arrancar do governo incentivos permanentes para o setor. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a indústria automotiva brasileira tem uma carga tributária direta estimada em 35%.
“Temos a maior carga tributária do mundo. A França, que é a segunda, tem uma carga tributária de 17%”, disse o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho.
A Anfavea defende a substituição de incentivos fiscais temporários, como a redução do IPI, por medidas de longo prazo. “O que se deveria fazer, conjugada com a reforma tributária, é uma discussão de janeiro a fevereiro sobre a tabela de IPI e debater se ela merece algum tipo de aprimoramento”, afirmou Carvalho.
Segundo ele, as montadoras não pretendem voltar a negociar com o governo uma nova prorrogação da redução do IPI.
Em vez disso, querem participar da negociação de uma política industrial para o setor automotivo. “Medidas duradouras são muito melhores do que ações temporárias.”
