O setor de serviços foi o principal responsável pelo aumento da produtividade do trabalho no Brasil na década de 2000, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 5, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges, o resultado é “uma novidade”. “O lado negativo dessa leitura é que esperava-se que a indústria puxasse o serviço e não o serviço puxasse a indústria. O lado positivo é que o serviço está possivelmente melhorando a qualificação da força de trabalho”, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Borges avalia que os resultados da política educacional que teve início em 1994 começaram a aparecer “mais claramente” a partir de 2005. “Você tem continuidade de política educacional do Plano Real para cá. Não há mudança estrutural da política educacional nos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma”, afirmou. “A mudança é de longo prazo e maturação.”
Entre 2000 e 2005, a produtividade do trabalho no Brasil ficou estagnada e, de 2006 a 2008, acelerou, com forte contribuição do resultado nas áreas de serviços, conforme aponta o estudo dos pesquisadores do Ipea Fernanda De Negri e Gabriel Squeff divulgado nesta quinta. “A contribuição do setor de serviços é concomitante ao aumento da produtividade do trabalho”, observou Squeff.