O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério do Planejamento) revisou para baixo sua projeção de crescimento da economia brasileira neste ano. A estimativa caiu de 3,5% para só 2,3%. A revisão acontece após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informar, na semana passada, que o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 1,2% no terceiro trimestre.
A divulgação jogou um balde de água fria no governo, que esperava um crescimento de 3,4% em 2005 – resultado que, por si só, já estava bem abaixo do alcançado no ano passado (4,9%).
Nesta semana, o mercado também reduziu suas estimativas. Os bancos, entretanto, não são tão pessimistas quanto o Ipea, e prevêem agora um crescimento de 2,66% – era 3% até a semana passada.
Em nota divulgada ontem, o Ipea prevê ainda a redução de crescimento dos investimentos, de 5,3% para 0,9%. O dado é preocupante pois indica um menor potencial de crescimento futuro. A compra de máquinas e equipamentos, por exemplo, deve ter um crescimento de 11% neste ano, e não de 13,3% como se previa em setembro.
Já o consumo das famílias também deve crescer menos que o previsto anteriormente. A projeção passou de 3,4% para 2,8%.
A única variável que apresentou elevação foi a das exportações, cujo crescimento foi revisto de 11% para 11,9%.
A agropecuária deve ter crescimento de 1,6%, exatamente a metade do que se previa até setembro. Já a indústria medida no PIB teve estimativa de expansão revista de 4,9% para 2,7%. Por sua vez, os serviços caíram de 2,1% para 1,8%.