As tarifas dos pedágios das cinco rodovias federais administradas por concessionárias privadas subiram mais de 160% desde o início dos contratos de concessão, entre 1995 e 1997, e o ano passado. Quatro das cinco rodovias tiveram aumentos reais, acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 45%. Os dados constam de estudo dos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Carlos Álvares da Silva Campos Neto e Ricardo Pereira Soares.
A rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro foi a exceção, mas acumulou de maio de 1995 até agosto de 2006 uma alta real de 35,62% acima do IPCA. Quando a Dutra foi concedida em maio de 1995, a tarifa era de R$ 2,39 e em agosto de 2006 era de R$ 7,50.
Em rodovias estaduais, o preço dos pedágios também avançou e até bem mais que nas federais. No corredor formado pelas rodovias paulistas Anhangüera e Bandeirantes, a evolução real chega a 204% acima do índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) – que mede a inflação em São Paulo – desde a concessão. Em julho de 1994, a tarifa era de R$ 1,25 e, em julho do ano passado, era de R$ 10 10, segundo o estudo.
"As tarifas subiram em termos reais porque as normas privilegiaram mais as questões de custos do que receitas", dizem os autores no texto. De acordo com eles, a preocupação dos contratos foi com o equilíbrio econômico-financeiro deles para evitar prejuízos às empresas. "Por outro lado, observou-se a necessidade de um tratamento mais equânime em relação ao interesse dos consumidores, pois, o conceito de modicidade tarifária não teve a atenção devida, não tendo sido estudado e nem operacionalizado", escreveram os pesquisadores.
