economia

Ipea: idosos acima de 65 anos vão crescer 2,7% ao ano até 2060

O número de brasileiros com 65 anos ou mais vai crescer a uma média de 2,7% ao ano até 2060, um ritmo muito superior ao avanço médio anual da população geral (0,2%), segundo cálculos do pesquisador Rogério Nagamine, coordenador de Previdência no Ipea. Enquanto isso, a participação dos brasileiros que têm entre 15 e 64 anos, que estão em idade ativa, na população total já começou a cair, o que demonstra o fim do chamado “bônus demográfico”. Os dados sinalizam a urgência da aprovação de reforma da Previdência, avalia o pesquisador.

A população idosa reúne 19,2 milhões neste ano, mas vai chegar a 58,2 milhões em 2060. Já os brasileiros com 15 a 64 anos são hoje 144,7 milhões e cairão a 136,5 milhões em 2060. Os dados foram compilados a partir das Projeções de População divulgadas ontem pelo IBGE.

Nesse ritmo, a proporção de pessoas em idade ativa, que hoje é de 69,43% em relação ao total, cairá a 59,8% no fim do período estimado. “O pico da participação das pessoas em idade ativa na população total foi em 2017. A partir de 2018, começa a cair e vai cair cada vez mais. É nesse sentido que dizemos que o bônus demográfico já acabou”, afirma Nagamine.

Previsões anteriores indicavam que o bônus demográfico brasileiro, caracterizado pela expansão na participação das pessoas aptas a trabalhar na população total, terminaria só em 2023. Um pequeno fôlego para que o governo pudesse fazer reformas nas regras de aposentadoria e pensão no País.

“O Brasil vai ter que se preparar para uma mudança rápida como essa. Na Previdência, infelizmente não estamos nos preparando porque há resistência em fazer a reforma”, alertou Nagamine.

O pesquisador ressaltou que a população com 80 anos ou mais vai quase quintuplicar entre 2018 e 2060, passando de 4 milhões para 19 milhões. Um crescimento médio anual de 3,7%.

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