A demanda global por mão de obra poderá alcançar, em 2011, a contratação de 21 milhões de trabalhadores. A estimativa foi divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no estudo”Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil: Projeções para 2011″. O levantamento considera a expectativa de crescimento da ordem de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e utiliza informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego; e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

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De acordo com o documento do Ipea, a demanda por trabalhadores é constituída tanto pela abertura de novos empregos, estimada em 1,7 milhão de vagas neste ano, como pelo preenchimento de postos de trabalho vagos em função da demissão e dos que permanecem ocupados, estimados em 19,3 milhões de postos de trabalho. “Isso porque não se considera a saída para o exterior de brasileiros e estrangeiros que se encontram ocupados, por falta de informações oficiais consistentes”, afirma o Ipea.

Segundo o estudo, o setor de Comércio e Reparação é o que mais deverá abrir vagas de trabalho em 2011, num total de 646,377 mil postos. Pelo levantamento, o setor da Indústria deverá empregar ao longo deste ano um contingente de 503,193 mil pessoas, seguido pela Construção, com 168,340 mil trabalhadores; e Alojamento e Alimentação, com a abertura de 156,564 mil. Transportes, Armazenagem e Comunicação deverá ofertar 98,379 mil vagas em 2011, o segmento de Educação, Saúde e Serviços Sociais deve ofertar 67,277 mil postos de trabalho e Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais devem empregar 32,991 mil trabalhadores neste ano.

Os dois únicos setores que deverão fechar vagas neste ano são Administração Pública, com 3,467 mil postos, e o Agrícola, com o fechamento de 2,985 mil vagas.

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Mão de obra qualificada

A oferta de mão de obra qualificada para este ano deverá abranger um contingente de 2 milhões de trabalhadores, segundo o estudo. Este contingente de detentores de mão de obra qualificada leva em conta o número estimado dos desempregados com qualificação profissional mais o número de novos ingressantes na força de trabalho com qualificação, um universo de 762 mil, além dos empregados demitidos por força da rotatividade de mão de obra, 19,4 milhões, o que totaliza o universo de 22,1 milhões de trabalhadores.

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Ainda de acordo com o estudo, o contingente de mão de obra disponível termina sendo maior que o atualmente projetado, uma vez que não são todos os trabalhadores adequadamente preparados para ocupar a vaga aberta no mercado de forma imediata.

“Para o estoque de mão de desempregados estimado em 7,3 milhões de trabalhadores, constata-se que somente 2 milhões tendem a apresentar qualificação e experiência profissional, enquanto dos 1,5 milhão de novos ingressantes no mercado de trabalho, estima-se que apenas 762 mil devem possuir qualificação para o pronto exercício do trabalho”, diz o documento.