O Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira para 0,5% em 2003. Pelo boletim conjuntural anterior, divulgado em junho, o PIB (Produto Interno Bruto) fecharia em 1,6%. A previsão de queda no consumo das famílias também piorou, de 0,2% para menos 2,1%. Para a indústria o crescimento deve ser de apenas 1%, contra previsão anterior de 1,8%.
Já a inflação deve cair de 11,5% para 9,2%. O saldo da balança comercial deve, pelos novos dados, passar de US$ 17,2 bilhões para US$ 19,3 bilhões. O Ipea não alterou as projeções para o câmbio médio mantendo o dólar em R$ 3,20.
Ao contrário das projeções de 2003, em que os números foram recalculados para baixo, para 2004, a pesquisa do Ipea aponta crescimento em relação aos cálculos anteriores.
O PIB, que estava projetado em 3%, foi revisto para 3,5%. O consumo das famílias de 3,8% para 3,9%. Os serviços passariam de 2,1% para 3%.
Já a inflação também foi projetada para baixo. A previsão anterior era de 7,4%. Agora, foi corrigida para 6,3%. O saldo da balança comercial deve cair de US$ 17 bilhões para US$ 16,3 bilhões. O câmbio foi revisado de R$ 3,4 para R$ 3,3.
Brasil lidera investimentos
O maior receptor de investimentos estrangeiros diretos (IED) na América Latina em 2002 foi o Brasil, com ingressos da ordem de 17 bilhões de dólares, segundo o Relatório Mundial sobre os Investimentos divulgado ontem, em Genebra. Este número, no entanto, revela uma grande redução em relação a 2001, quando os investimentos chegaram a 22 bilhões de dólares, de acordo com o relatório elaborado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
A queda, diz o estudo, foi sentida principalmente nos setores de telecomunicações, energia e gás.
Na opinião do diretor-geral da Unctad, o brasileiro Rubens Ricupero, o ano passado foi desfavorável devido à incerteza eleitoral e à desconfiança inicial que o eleito presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, causava entre os investidores.
No entanto, Ricupero se mostrou otimista sobre o futuro do Brasil em matéria de investimentos ao ressaltar que “após oito meses de governo há muitas razões objetivas para se acreditar que a confiança dos investidores voltará”.
Neste sentido, lembrou que o governo de Lula não só cumpriu as metas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), como também as superou.
No entanto, Ricupero reconheceu que atualmente a economia brasileira sofre com uma desaceleração, em conseqüência das medidas de austeridade. Porém, ele expressou sua confiança numa recuperação nos últimos meses do ano.