A cobertura previdenciária da população economicamente ativa (PEA) aumentou de 54,8% em 2001 para 59,6% em 2008, de acordo com análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) até o ano passado. Ou seja, pouco mais de 40% da PEA continuava sem cobertura da Previdência no ano passado. O estudo considera cobertos tanto os que recebem benefícios quanto os que contribuem.
A ampliação na cobertura foi causada principalmente pelo crescimento do aumento dos empregados com carteira de trabalho assinada, que passaram de 22,2 milhões de pessoas em 2001 (30,4% da PEA) para 33,4 milhões de pessoas em 2008 (35,7% da PEA).
No período, a informalidade caiu de 35,8% para 33,2% da PEA, patamar ainda considerado alto pelo pesquisador do Ipea Leonardo Rangel, responsável pela análise de previdência. “Apesar de todo o crescimento econômico e do emprego, a informalidade persiste em torno de um terço da população economicamente ativa, equivalente a 31 milhões de pessoas”, afirmou.
Rangel também observou que 81,8% das pessoas com 60 anos ou mais estão cobertas pela Previdência. “Apesar de ser uma cobertura excelente para um País como o nosso em comparações internacionais, podemos olhar por outro lado e dizer que um em cada cinco idosos não recebe benefício nem contribui para a Previdência. Há muito para a política pública avançar”, disse o pesquisador.
Rangel afirmou que a Previdência tem desempenhado um importante papel contra a pobreza. De acordo com seus cálculos, sem o benefício, 17,394 milhões de pessoas iriam para a indigência e 20,9 milhões de pessoas passariam à pobreza. Segundo Rangel, os benefícios de um salário mínimo reduzem a desigualdade, mas considerando todos os benefícios pagos, inclusive os do funcionalismo público, há um aumento da desigualdade.