O Brasil melhorou sua posição no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) nos últimos nove anos, passando de 0,709 em 1991, para 0,769 em 2000, segundo mostra o Novo Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. Em comparação com 1991, o índice aumentou para todos os estados e para a grande maioria dos municípios brasileiros. Na classificação internacional, o Brasil continua sendo um país de médio desenvolvimento humano.
A nova versão do Atlas foi lançada ontem em Brasília pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fundação João Pinheiro e PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O IDH foi criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).
O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.
O Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal é um projeto pioneiro no mundo. O primeiro Atlas brasileiro foi lançado em 1998, informando o índice de desenvolvimento humano de todos os municípios brasileiros com os dados do censo de 1991.
Até então, os índices calculados pelas Nações Unidas eram feitos apenas para países ou no máximo, para estados.
Além de seguir o padrão divulgado pelo trabalho anterior, o documento lançado nesta sexta-feira conta com novos dados sociais e apresenta um novo recorte: o de raça. O novo Atlas foi atualizado pelos dados do Censo de 2000, do IBGE.
Estados
Os cinco estados com os maiores IDH-M no País são, respectivamente, Distrito Federal (0,844), São Paulo (0,814), Rio Grande do Sul (0,809), Santa Catarina (0,806) e Rio de Janeiro (0,802).
Os cinco IDH-M mais baixos são Alagoas (0,633), Maranhão (0,647), Piauí (0,673), Paraíba (0,678) e Sergipe (0,687).
Em 2000, como ocorreu em 1991, nenhum Estado ficou na faixa de baixo desenvolvimento humano.
De acordo com o documento, os estados que mais aumentaram o índice no período foram Ceará (que passou de 0,597 para 0,699), Alagoas (que passou de 0,535 para 0,633), Maranhão (que passou de 0,551 para 0,647).
Os que menos cresceram foram Distrito Federal (de 0,798 para 0,844), São Paulo (de 0,773 para 0,814) e Roraima (de 0,710 para 0,749).
Os números refletem, parcialmente, o fato de que é mais difícil crescer a partir de um patamar mais alto que de um mais baixo.