A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou, encerrando agosto com alta de 0,05% em nível nacional – abaixo do índice de 0,19% registrado em junho e abaixo ainda das previsões do relatório de mercado elaborado pelo Banco Central, que projetava inflação de 0,23%. Na Grande Curitiba, a inflação também perdeu força, passando de 0,05% em julho para -0,24% em agosto, a segunda menor taxa do País entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em Curitiba e Região Metropolitana, a queda da inflação foi puxada especialmente pelos combustíveis, que tiveram uma redução de 4,21% nos preços. O litro da gasolina ficou, em média, 4,61% mais barato em agosto em relação a julho, contra queda de 0,40% em nível nacional. Já a queda do preço do álcool combustível foi menos acentuada na Grande Curitiba: -0,14%, contra redução de 0,40% em nível nacional. Em Curitiba, o preço médio da gasolina no mês passado, segundo o IBGE, era R$ 2,389 – o menor entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas. O maior preço foi registrado em Fortaleza (R$ 2,74). Já o litro do álcool combustível custava, em média, R$ 1,542 em Curitiba. O menor preço foi encontrado em São Paulo (R$ 1,346) e o maior em Belém (R$ 2,32).
País
Em nível nacional, a queda da inflação deve-se principalmente à redução de preços no grupo transportes (-0,32% em agosto contra +0,37% em julho), combinada à estabilidade do grupo alimentação. ?Foi um movimento generalizado de estabilidade de preços, com algumas quedas importantes?, disse Eulina dos Santos, coordenadora do Índice de Preços do IBGE.
Segundo ela, a valorização do preço do álcool no mercado internacional, que ocorreu entre junho e julho, acabou por não se sustentar. A gasolina desacelerou de 0,81% para 0,40% nos últimos dois meses. Já o preço do álcool passou de 1,04% para -0,80%. Além disso, as tarifas de ônibus interestaduais e intermunicipais tiveram crescimento menor.
A coordenadora lembra ainda que o grupo alimentação se manteve praticamente estável, com alta de 0,07%. A exceção ficou por conta das frutas, arroz e carne.
O IBGE informa ainda que houve queda nas tarifas de telefone fixo (-0,54%), TV e som (-1,23%), artigos de limpeza (-0,30%), remédio (-0,14%) e energia elétrica (-0,16%).
Por outro lado, houve alta de 2,26% no salário de empregados domésticos, o que pressionou para cima. O aumento reflete parte do reajuste do salário mínimo de R$ 300 para R$ 350.
Segundo Eulina, o real valorizado, a boa safra e a pressão menor exercida pelas tarifas públicas têm explicado a evolução da taxa. ?Mas o dólar é o principal fator?, afirmou.
Na comparação entre 11 regiões do país, a maior alta foi registrada em Goiânia (0,38%). Por outro lado, a maior deflação ocorreu em Belém (-0,32%). Em São Paulo, a inflação foi de apenas 0,04%.
O IPCA serve de referência para a meta de inflação do governo, que é de 4,5% neste ano. De janeiro a agosto, a taxa acumula alta de 1,78% e, em 12 meses, de 3,84% ? a mais baixa desde junho de 1999.
INPC
Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) apresentou recuo de 0,02% em agosto, ante uma taxa de 0,11% em julho. No acumulado do ano, o índice chega a 1,16%. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 2,85%. Na Grande Curitiba, índice passou de -0,11% em julho para -0,10% em agosto.
Em Curitiba, o IPC completa o mês com deflação de 0,23%
Curitiba encerrou o mês de agosto com Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de -0,23% em relação a julho, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). De acordo com a pesquisa feita pelo instituto, o acumulado do ano (janeiro a agosto) está em 2,83% e dos últimos 12 meses (setembro de 2005 a agosto de 2006) em 4,15%.
No mês de agosto, o grupo de maior influência para o índice geral foi vestuário, com queda de 3,25% nos preços de seus produtos. Em habitação, com queda de 0,49%, destaca-se o comportamento de energia elétrica (- 4,54%) e condomínio (1,77%).
O grupo artigos de residência também apresentou variação negativa, fechando o mês em -0,09%. O grupo despesas pessoais apresentou variação de -0,35%. Para este resultado, as maiores influências foram, com queda: excursão turística (-8,08%) e fita de videocassete gravada (-35,34%).
Já os grupos alimentos e bebidas e saúde e cuidados pessoais tiveram alta nos preços de seus produtos e serviços. No primeiro grupo, a alta foi de 0,07% em agosto, puxada pelo mamão (alta de 46,62%), refeição com almoço e jantar (0,71%), e frango inteiro resfriado (3,03%). Em saúde e cuidados pessoais a variação de 1,20% decorre das altas nos preços de plano de saúde (5,98%) e tratamento dentário (2,19%).
O grupo transporte e comunicação se manteve praticamente estável, com variação de 0,02%. Os itens que mais contribuíram com queda: gasolina (-4,71%) e conserto de veículos (-1,48%). Com alta: automóvel de passeio e utilitário usado (1,67%), tarifa de ônibus urbano (1,88%) e seguro voluntário de veículo (5,81%).
O Índice de Preços ao Consumidor, calculado pelo Ipardes, é divulgado mensalmente e está disponível no site do Instituto, www.ipardes.gov.br. Para o período de referência, foram coletados aproximadamente 75 mil preços de 341 produtos e serviços.