O mercado de juros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) teve uma sexta-feira tranqüila, por conta do resultado da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de junho dentro do esperado. O IPCA registrou alta de 0,28% no mês passado, exatamente a mesma taxa apurada em maio, e colada às previsões. O dado amenizou a pressão que os juros vinham sofrendo ao longo da semana, por causa de outros indicadores de atividade e de inflação mais altos.
O contrato de depósito interfinanceiro (DI) mais negociado, com vencimento em janeiro de 2009, fechou a 10,65% ao ano, ante 10 74% registrado ontem. Em seguida ficou o DI para janeiro de 2010 com taxa a 10,66% ao ano, de 10,78% no dia anterior.
A melhora dos juros futuro, segundo operadores, não indica o fim da volatilidade. Ainda consideram que o mercado está tecnicamente frágil e sujeito a muita oscilação. Os números divulgados esta semana sobre atividade e o desconforto com a meta de inflação de 2009 – que provocou muita especulação nos últimos dias – continuam pesando sobre os preços.
O que deixa os investidores inseguros é a possibilidade de o Banco Central (BC) assumir uma nova postura em relação à política monetária, mais flexível na redução dos juros. Esse temor surgiu quando alguns diretores – tidos como conservadores – foram substituídos. E cresceu com a definição da meta de inflação de 2009, de 4,5%, aquela defendida pela ala política da equipe econômica.
Esse quadro leva o mercado a discutir qual o risco de, se o BC for menos ortodoxo agora, o juro ter de subir mais para frente – quem sabe ao final de 2008 – sobretudo porque há um quadro de pressão dos preços de alimentos em todo o mundo. Por enquanto, não há um consenso sobre o assunto.
