Já sob influência do IPCA-15 de agosto, os economistas do mercado financeiro reduziram suas projeções para o IPCA – o índice oficial de inflação – neste ano. No Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo Banco Central, a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,51% para 3,45%. Há um mês, estava em 3,40%. A projeção para o índice de 2018 seguiu em 4,20%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
Na quarta-feira (23), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia da inflação oficial – subiu 0,35% em agosto. O resultado ficou no piso das estimativas do mercado (de 0,35% a 0,65%).
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 foi de 3,38% para 3,27%. Para 2018, a estimativa passou de 4,00% para 4,19%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,10% e 4,19%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,43% para 4,30% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,52%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para agosto de 2017 caiu de 0,47% para 0,44%. Um mês antes, estava em 0,30%. No caso de setembro, a previsão de inflação do Focus foi de 0,32% para 0,31%, ante 0,33% de quatro semanas atrás.
Preços administrados
O Relatório Focus também indicou mudança na projeção para os preços administrados neste ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 passou de alta de 6,00% para elevação de 6,30%. Para 2018, a mediana seguiu em 4,70%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,10% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,70% em 2018.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada no dia 1º de agosto, o BC projetava alta de 6,6% para os preços administrados em 2017 e avanço de 5,3% em 2018.
Outros índices
O relatório do BC mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -1,03% para -1,04% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,86%. Para 2018, a projeção seguiu em +4,50%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência usual para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de -0,72% para -0,76% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em -0,59%. No caso de 2018, o índice foi de +4,44% para +4,39%, ante +4,50% de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 passou de +3,05% para +3,00% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de +3,37%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe passou de +4,50% para +4,23%, ante +4,49% de um mês antes.