O mercado financeiro voltou a reduzir as projeções para o IPCA – o índice oficial de preços – para este ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 27, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 caiu de 3,09% para 3,06%. Há um mês, o mercado previa alta de 3,08%. A projeção para o índice de 2018 seguiu a mesma tendência e caiu de 4,03% para 4,02%. Assim, retornou ao patamar visto há quatro semanas.
As previsões de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente acima do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo (inflação de 3,0% a 6,0%).
No dia 10 de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de outubro subiu 0,42%. No ano, a inflação acumulada é de 2,21% e, nos 12 meses até setembro, de 2,70%.
No último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), as projeções do BC para o IPCA ficaram em 3,3% para 2017, 4,3% para 2018 e 4,2% para 2019.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus não acompanhou o restante do mercado e subiu de 3,03% para 3,10%. Para 2018, a estimativa do Top 5 também avançou ligeiramente, de 3,95% para 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,05% e 4,00%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses caiu pela segunda semana seguida, de 4,02% para 3,98% – há um mês, estava em 4,00%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa de todo o mercado para o IPCA de novembro de 2017 caiu de 0,41% para 0,39%. Um mês antes, estava em 0,36%. No caso de dezembro, a projeção recuou de 0,45% para 0,44%, ante 0,45% de quatro semanas antes.
Preços administrados
Em meio aos seguidos reajustes da gasolina, o Relatório Focus teve a oitava elevação consecutiva na projeção para os preços administrados – aqueles controlados pelo governo – neste ano. A mediana das previsões para 2017 subiu de 7,55% para 7,90%.
Com as recentes altas seguidas, a expectativa dos economistas já subiu mais de um ponto porcentual em apenas um mês. Há quatro semanas, a aposta do mercado era de alta de 6,83% para os preços administrados.
Para 2018, a mediana seguiu a mesma tendência e subiu de 4,80% para 4,90%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,80% no próximo ano.
Na ata da última reunião do Copom – publicada em 31 de outubro -, o BC atualizou suas projeções de alta para os preços administrados: 7,9% em 2017, 5,1% em 2018 e 4,3% em 2019.
Outros índices
O relatório também mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -1,17% para -1,12% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,96%. Para 2018, a projeção seguiu em 4,50%, pela 32ª semana consecutiva.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, seguiu em -1,12% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em -0,87%. No caso de 2018, o índice recuou marginalmente, de 4,39% para 4,38%, ante 4,39% de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 subiu de 2,19% para 2,20% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 2,29%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe foi de 4,39% para 4,49%, acima dos 4,39% esperados há um mês.