O esforço em levar as projeções de inflação do mercado financeiro a convergirem para a meta de 2016 deu outro passo atrás no Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 17. Na semana passada, a mediana das projeções para o IPCA do ano que vem já havia subido de 5,40% para 5,43%. Agora, a mediana das previsões, de acordo com o documento, sofreu um novo ajuste e está em 5,44%. Há quatro semanas, a taxa estava em 5,40%.
O BC promete levar a inflação para a meta de 4,5% no fim do ano que vem, mas recentemente, a autarquia vem chamando a atenção para “novos riscos” que surgiram para o comportamento dos preços. Pelos cálculos da instituição revelados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o IPCA ficará em 4,8% em 2016 no cenário de referência e em 5,1% no de mercado.
No caso da inflação de 2015, houve estabilidade nas estimativas após 17 rodadas seguidas de elevação no boletim Focus. A previsão para o IPCA deste ano seguiu em 9,32%. Há um mês, essa projeção estava em 9,15%. No RTI de junho, o Banco Central havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,1% usando os parâmetros de mercado. Na última ata do Copom, porém, o BC informou que suas projeções para 2015 também subiram mais.
No Top 5, grupo dos economistas que mais acertam as estimativas, a mediana para o IPCA de 2015 permaneceu em 9,53%, ainda maior do que a de há um mês, quando estava em 9,17%. No caso de 2016, a previsão desse grupo passou de 5,42% para 5,38%. Quatro semanas antes estava em 5,27%.
Para a inflação de curto prazo, não houve mudanças. A projeção para o IPCA de agosto permaneceu em 0,30% no período. No caso de setembro, a taxa esperada é de 0,40%, a mesma do levantamento anterior. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente subiram, após passarem por correções para baixo por sete semanas seguidas. Na pesquisa Focus de hoje avançou de 5,59% para 5,65%. Há quatro semanas, estava em 5,80%.
PIB
De acordo com o documento divulgado pelo Banco Central, a mediana das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem passou de 0,00% da semana passada para um recuo de 0,15%. Há quatro semanas, a taxa vista era de +0,33% para esse indicador.
Para este ano, a deterioração das previsões do mercado financeiro para a atividade no País também está cada vez mais forte. De acordo com o boletim Focus, as projeções para o PIB de 2015 foram revisadas de uma queda de 1,97% para uma baixa de 2,01% agora. O documento é divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira pela manhã. Há um mês, a mediana das previsões estava negativa em 1,70%.
O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção para este ano, de queda de 0,6% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%.
No boletim Focus de hoje, a projeção para a produção industrial passou por uma melhora: voltou para uma baixa de 5,00%, onde estava quatro semanas antes, ante recuo de 5,21% previsto na semana anterior. Já para 2016, a mediana das estimativas segue em alta, mas perdeu a força mais uma vez, passando de 1,15% para 1,00% – um mês antes era 1,50%.
Para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas é a de que deve encerrar 2015 em 36,15% e não mais em 36,20% como apontado na semana passada. Em 2016, a projeção de 38,50% foi mantida pela terceira semana consecutiva. Há quatro semanas, as medianas das previsões para esse indicador eram de, respectivamente, 37,00% e 38,35%.