Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de setembro, na última quinta-feira, o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 26, traz mudanças relevantes para as projeções de inflação em 2016 e 2017. O IPCA – índice oficial de inflação – estimado para este ano passou de 7,34% para 7,25%. Há um mês, estava em 7,34%. Já o índice para o ano que vem foi de 5,12% para 5,07%. Há quatro semanas, apontava 5,14%.
Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia para o IPCA – relativo a setembro foi de 0,23%, o que representou uma desaceleração ante o 0,45% medido em agosto. Foi a menor taxa para meses de setembro desde 2009. No acumulado do ano, o IPCA-15 está em 5,90% e, nos 12 meses encerrados em setembro, em 8,78%.
Para este ano, a meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com tolerância de até 2 pontos porcentuais. Para 2017, a meta também é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual. Nesta terça-feira, 27, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC vai atualizar suas projeções para a inflação em 2016 e 2017.
No relatório Focus desta segunda, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano passaram de 7,50% para 7,30%, também indicando um cenário mais favorável para a inflação. Para 2017, permaneceram em 5,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,45% e 5,25%.
Já a inflação suavizada 12 meses a frente também voltou a ceder, passando de 5,20% para 5,16% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,32%. Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para setembro passou de 0,34% para 0,26%. Um mês antes, estava em 0,36%. No caso de outubro, a previsão foi de 0,42% para 0,40%. Há quatro semanas, era de 0,42%.
Abertura
A projeção de 5,07% para o IPCA em 2017 contida no Relatório Focus desta Segunda-feira representa a menor taxa já calculada este ano para a inflação no ano que vem. É o que mostra a abertura dos dados do relatório, divulgado pelo Banco Central.
Desde o fim de julho, as previsões do mercado para o IPCA 2017 vinham oscilando abaixo dos 5,20%. No entanto, com a divulgação na semana passada do IPCA-15 de setembro, os economistas reduziram de forma mais clara as previsões para a inflação no próximo ano.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus mostrou mudanças nas projeções para os preços administrados em 2016 e 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de elevação de 6,30% para alta de 6,20%. Para o próximo ano, a mediana foi de alta de 5,40% para avanço de 5,45%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,20% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,30% em 2017.
O BC contava com forte desinflação desse segmento para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016 – uma perspectiva que está distante, pelos dados do Focus. Atualmente, a instituição projeta variação de 6,3% para os preços administrados em 2016 e de 5,8% para 2017.
IGP-DI
O Relatório Focus também divulgado nesta segunda também mostrou que a mediana do IGP-DI de 2016 passou de 8,03% para 8,00% da última semana para esta. Há um mês, estava em 7,74%. Para o ano que vem, a mediana das previsões permaneceu em 5,50%, mesmo porcentual de quatro levantamentos atrás. Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 8,23% para 8,17% nas projeções dos analistas para 2016. Quatro levantamentos antes estava nos mesmos 8,17%. Para 2017, as previsões foram de 5,57% para 5,53% – um mês atrás estava em 5,57%.
A mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2016 caiu esta semana, de 7,24% para 7,21%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,46%. Para 2017, as expectativas para a inflação de São Paulo cederam de 5,52% para 4,92%, ante 5,23% de um mês antes.