Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para a inflação neste ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 19, mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2016 foi de 6,52% para 6,49%. Há um mês, estava em 6,80%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 4,90%. Há quatro semanas, apontava 4,93%.
Esta é a primeira vez, neste ano, que os economistas projetam uma inflação para 2016 dentro da margem perseguida pelo Banco Central. O centro da meta de inflação é de 4,5%, mas a margem de tolerância é de 2 pontos porcentuais (IPCA até 6,5%). Para 2017, o centro da meta também é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual (até 6,0%).
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano caiu de 6,49% para 6,48%. Na prática, isso significa que estas casas também enxergam uma inflação dentro da margem já em 2016. Para 2017, a estimativa foi de 4,55% para 5,52%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 6,79% e 4,81%.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,88% para 4,87% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,94%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro caiu de 0,52% para 0,49%. Um mês antes, estava em 0,60%. No caso de janeiro, a previsão do Focus foi de 0,62% para 0,61%, ante 0,63% de quatro semanas atrás.
No dia 9 passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro ficou em 0,18% – abaixo das expectativas do mercado e da taxa de 0,26% de outubro. O resultado reforçou a percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom), em sua reunião de janeiro, vai acelerar os cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 13,75% ao ano.
O próprio BC já havia passado indicações neste sentido ao publicar a ata do encontro do fim de novembro do comitê. No início de dezembro, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que um corte maior dos juros pode ser “o primeiro passo no ano que vem”.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus mostrou mudanças nas projeções para os preços administrados. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2016 foi de alta de 6,00% para avanço de 5,95%. Para o próximo ano, a mediana foi de elevação de 5,41% para alta de 5,50%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,07% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,30% em 2017.
Nas projeções atuais, o BC espera alta de 5,5% para os preços administrados em 2016, de 5,9% para 2017 e de 5,3% para 2018.
Outros índices
A mediana do IGP-DI de 2016 passou de 6,76% para 6,80% da última semana para esta. Há um mês, estava em 6,88%. Para o ano que vem, a mediana das previsões foi de 5,04% para 5,13%. Quatro levantamentos atrás, estava em 5,17%. Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 7,04% para 7,02% nas projeções dos analistas para 2016. Quatro levantamentos antes estava em 7,25%. Para 2017, a previsão foi de 5,06% para 5,07% – um mês atrás estava em 5,30%.
A mediana das previsões do Relatório Focus para o IPC-Fipe de 2016 caiu de 6,30% para 6,29%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 6,58%. Para 2017, as expectativas para a inflação de São Paulo subiram de 5,39% para 5,59%, ante 5,06% de um mês antes.